1. Âmbito
O projecto dirige-se de forma mais específica ao sector da indústria metalúrgica e electromecânica pela importância que o seu tecido empresarial possui na estrutura económica do país e em particular pela sua relevância no quadro da indústria transformadora nacional.
De facto, esta fileira produtiva, para além de ser a que apresenta uma maior vocação exportadora, representa cerca de 25% das empresas e do emprego na indústria transformadora portuguesa.
Presentemente, é consensual que a competitividade deste sector depende da capacidade de aplicar um novo modelo de crescimento que se baseie na inovação, na eficiência energética, na adopção de energias sustentáveis, em energias com baixo teor de carbono e na internalização dos custos ecológicos.
Este projecto pretende contribuir para as questões de natureza ambiental que influenciam a competitividade sectorial, resultando também da constatação da relevância acrescida que as mesmas assumem, num tecido produtivo constituído por PME, em que a exportação e a conquista de novos mercados se mostram como fundamentais à sua manutenção e crescimento.
2. Objetivos
2.1 Objetivos Estratégicos
O C Market tem como objetivo estratégico a apropriação, por parte das empresas do sector metalúrgico e electromecânico, de conhecimento acerca das vantagens da adopção de práticas de eficiência energética e de sustentabilidade ambiental, designadamente contribuindo voluntariamente para a redução das Emissões de GEE (gases de efeito de estufa) como elementos essenciais para a competitividade empresarial.
O projecto desenvolverá acções que permitem antecipar e responder às alterações regulamentares existentes em termos de Políticas de combate as alterações climáticas, reduzindo custos, reduzindo a sua pegada de carbono e simultaneamente tirar vantagens em termos de criação de negócios e reforçar a sua capacidade competitiva nos mercados internacionais.
2.2 Objetivos Operacionais
Em face do previamente exposto, constituem objetivos operacionais do presente projeto, os seguintes:
- Divulgar boas práticas de eficiência energética e desempenho ambiental entre as empresas so sector metalúrgico e eletromecânico;
- Promover um enquadramento mais favorável a actividades das PME no domínio da emissão de gases com efeito de estufa;
- Ajudar as empresas a de?nir trajetórias baseadas num compromisso de combate às mudanças climáticas;
- Colaborar para que sejam alcançados os objectivos fixados no Plano Nacional de Alterações Climáticas e do Fundo Português de Carbono;
- Aumentar a sustentabilidade e competitividade do sector metalúrgico e electromecânico;
- Disseminar e partilhar resultados de modo a gerar, por um lado, um movimento prolongado de actuação nesta temática, e por outro, a apropriação dos resultados alcançados no projecto por um número alargado de interessados;
- Disponibilizar às empresas ferramentas que as habilitem a calcular as emissões de GEE e a identificarem oportunidades para a sua redução.
3. Principais Atividades
Tendo em consideração a estrutura organizacional do projecto, as principais actividades e respectivas tarefas de destaque são:
1. Estudo “Inventariação da emissão de Gases com Efeito de Estufa na Indústria Metalúrgica e Electromecânica”
Esta actividade contempla a realização de um Inventário de Emissões, no sector metalúrgico e eletromecânico das regiões alvo, com vista à determinação da quantidade de GEE lançada à atmosfera.
Trata-se de uma fase importante de uma estratégia mais alargada de fomento da ecoeficiência no sector da indústria metalúrgica e eletromecânica, constituindo-se como os primeiros passos para o desenho de uma futura estratégia deste sector industrial para as alterações climáticas e implementação de sistemas de gestão de carbono nas empresas que o integram. Assim adaptar-se-á uma metodologia de inventariação de carbono a aplicar a este sector.
Esta inventariação englobará as principais diretrizes e informações que o gestor ou industrial terá de considerar para conhecer o seu perfil carbónico e poder actuar no sentido de melhorar o seu desempenho.
Conhecendo a realidade, as empresas poderão transformar o seu perfil carbónico num claro elemento diferenciador e factor de competitividade num quadro de consumidores europeus preocupados com o efeito do aquecimento global.
2. Informação e Divulgação do Projecto
Esta actividade engloba a realização de:
- Estudo “Eficiência Energética e Redução de Emissões de GEE na Indústria Metalúrgica e Electromecânica”, que será promovido numa lógica de investigação-acção, produzindo outputs realistas e de resposta a problemas efectivos e comuns a todas as empresas que integram o sector em apreço.
Dará conta das boas práticas e das mais-valias decorrentes da adopção de soluções mais eficientes e como esta se pode correlacionar com a redução das emissões dos gases com efeito de estufa, tendo em consideração as exigências legais e de mercado.
- Realização de 2 Workshops sobre “Emissões e Mercado de Créditos de Carbono”, que visarão sensibilizar os empresários para as questões das alterações climáticas e sua ligação com a emissão de GEE e, sobretudo, demonstrar como as emissões de carbono podem ser convertidas em ganhos para as empresas.
Nestes workshops, serão apresentados aos empresários do sector oportunidades de negócio, ao nível dos Mercados de Crédito de Carbono, bem como ferramentas e perspetivas para a utilização de uma metodologia do carbono, com referência a exemplos de excelência nesta área.
3. Promoção e Disseminação de Resultados
No site do projecto, em www.cmarket.aida.pt encontra-se disponível, toda a informação inerente ao mesmo, bem como uma calculadora de “Pegada de Carbono”, onde as empresas podem aferir as suas emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE).
As PME poderão, também encontrar, no website, informação sobre metodologias conducentes à redução do consumo de energia, legislação e enquadramentos regulamentares ambientais, servindo o mesmo como suporte privilegiado para a sensibilização das temáticas, mas também para que as empresas possam conhecer as boas práticas existentes no seu sector.
4. Resultados Esperados
A eficiência energética, as alterações climáticas e a redução dos gases com efeito de estufa (GEE) e a sustentabilidade ambiental no geral, mostram-se, de facto, como temas que os diversos intervenientes na gestão e análise empresarial devem considerar, dada a importância para a manutenção da competitividade das empresas a longo prazo e as implicações na sua capacidade exportadora.
Esta importância e actualidade resultam das pressões actuais no quadro dos recursos energéticos e naturais, tendências de mercado, sensibilidade dos cidadãos e consumidores, percepção da sustentabilidade e da qualidade ambiental. Acresce, como resposta a estas questões a proliferação de iniciativas no quadro da definição de estratégias e políticas públicas, nacionais e internacionais, no domínio ambiental, da energia e da sustentabilidade, que provocam impactos, limitações e/ou exigem adaptações às empresas, mas que poderão, por outro lado, ser indutoras de novas oportunidades de negócio, desenvolvimento de novos produtos e factor competitivo nos mercados onde actuam ou pretendem desenvolver.
As empresas serão pressionadas para uma crescente redução da energia consumida nos processos produtivos, procurando ser competitivas nos preços dos produtos, dependerem menos de fontes não renováveis, em virtude dos preços e das emissões de gases com efeito estufa dos combustíveis fósseis, responsabilizar-se pelo destino final dos desperdícios e produtos não utilizados, e por um mercado que exige novos produtos com menor impacto ambiental.
Poder-se-á considerar que, globalmente, o “desafio verde” consubstanciado numa futura provável legislação mais restritiva (consequência dos esforços da UNFCC – United Nations Framework Convention on Climate Change), poderá constituir uma fonte importante de negócio, de criação de riqueza e emprego e de diferenciação e inovação para o sector, numa lógica integrada em que o ambiente deixa de ser encarado como um problema e passa a ser uma oportunidade.
A indústria metalúrgica e electromecânica é dos sectores industriais que mais enfrentará (daí a necessidade de encontrar respostas e mudar de abordagem) a situação de se ver entre a necessidade de se manter competitiva nos mercados internacionais (onde concorre com outras empresas sem este tipo de preocupações/imposições) e a necessidade de cumprir regras, de agradar aos seus clientes, stakeholders e à sociedade em geral.
Neste contexto, importa pois começar desde já, não só a promover a adequação de práticas energéticas e ambientais ao padrões de consumo actuais, mas também para o enquadramento regulamentar que se perspectiva a curto e médio prazo, que afectará as formas de organização e gestão empresarial e os processos de produção industrial (e os próprios produtos) no futuro.
Esta constitui a abordagem que se pretende privilegiar no desenvolvimento do projecto, sendo que a Economia de Baixo Carbono constitui uma oportunidade para o desenvolvimento de um Mercado Voluntário de Carbono, assumindo-se ele próprio como um espaço para o surgimento de negócios proveitosos para as empresas.
Há que ter presente que a eficiência energética e sustentabilidade ambiental são elementos essenciais para a competitividade empresarial e sê-lo-ão cada fez mais e, num tecido produtivo constituído por PME, em que a exportação e a conquista de novos mercados se mostram como fundamentais à sua manutenção e crescimento, estas questões assumem um carácter, ainda, mais premente.
Espera-se que a articulação entre todas as actividades, do CMARKET, permitirá contribuir para informar e consciencializar as empresas acerca das adaptações que terão de fazer, no curto e médio prazo, com vista a prepararem-se para responder aos novos desafios energéticos, ambientais e sociais, como forma de manter e reforçar a sua capacidade de internacionalização e de exportação. Se por um lado, o tecido empresarial tem que estar preparado para mercados cada vez mais exigentes, a aposta nestas temáticas (eficiência energética e produtos/serviços amigos do ambiente) pode também ser factor de diferenciação para mercados menos exigentes nestes domínios.
Trata-se de um reforço dos progressos já realizados nestas temáticas, mas que ainda estão longe do desejável, pondo em risco a competitividade do nosso tecido produtivo. Espera-se assim que destas acções se possa assistir ao surgimento de iniciativas qualificadoras e indutoras de novos comportamentos empresariais.
Espera-se também que as acções tenham um grande efeito multiplicador, fruto da divulgação e disseminação de resultados e, tendo em conta a dimensão do sector metalúrgico e metalomecânico e a implantação que possui nas regiões onde o projecto se desenvolve, possa alargar-se a outras empresas e sectores aos quais se encontra ligado.
Pretende-se ainda dotar as empresas com conhecimento, respostas, recursos de informação e ferramentas necessárias para reduzir a sua pegada de carbono, compensá-la e reduzindo assim o seu impacto ambiental.
5. Enquadramento no COMPETE
5.1 Promotores
Promovido, em parceria entre a AIDA – Associação Industrial do Distrito de Aveiro e a ANEME – Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Electromecânicas, o projeto C.MARKET – “Eficiência Energética e Economia de Baixo Carbono” é cofinanciado pelo COMPETE – Programa Operacional Factores de Competitividade.
O projeto insere-se no Sistema de Apoio a Acções Colectivas (SIAC), e envolve um investimento elegível de cerca de 174 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de cerca de 139 mil euros.
5.2 Testemunho do Promotor
“A realização deste projeto, está a possibilitar, à AIDA e à ANEME um melhor conhecimento da realidade das empresas ao nível da eficiência energética e do desenvolvimento sustentável através da realização de Estudos, nestas duas áreas.
De referir que, tratando-se de temáticas ainda pouco valorizadas pela grande maioria das PME Portuguesas, sem o financiamento por parte do COMPETE, seria uma missão “quase impossível” captar empresas para a participação nas várias iniciativas (workshops, seminários com divulgações de casos de sucesso).
O apoio do COMPETE a este projeto tem sido, assim, essencial no sentido de disseminar conhecimento e boas práticas de gestão, entre o tecido empresarial, e de introduzir na cultura empresarial um espírito de maior abertura para a adoção de boas práticas, uma vez que consubstancia a possibilidade de criar condições para a apropriação de conhecimento por parte das empresas que se traduza num real benefício e incremento à sua competitividade.
No caso em concreto, a temática do projeto visa a eficiência energética e a sustentabilidade, incorporando a questão ambiental na gestão empresarial como uma iniciativa de valorização e diferenciação da oferta, criação de novas oportunidades, redução de custos e aumento da competitividade nos mercados internacionais”.
Elisabete Rita, Diretora Geral da AIDA
6. Links
Site: www.cmarket.aida.pt
Para conhecer outros projetos apoiados pelo COMPETE no âmbito do SIAC - Sistema de Apoio a Acções Colectivas, consulte o menu Áreas/Os Projetos em que Apostamos.
Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.
Por: Cátia Silva Pinto | Núcleo de Comunicação e Imagem
Para conhecer outros projetos apoiados pelo COMPETE no âmbito do SIAC - Sistema de Apoio a Acções Colectivas, consulte o menu Áreas/Os Projetos em que Apostamos.
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Por: Cátia Silva Pinto | Núcleo de Comunicação e Imagem
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