No passado dia 20 de Outubro, o Instituto Pedro Nunes, a Universidade do Minho, a Universidade de Aveiro, a Universidade da Beira Interior, a Universidade de Coimbra, a Universidade de Évora, a Universidade do Porto e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em colaboração com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial, apresentaram os resultados do projecto GAPI 2.0, com destaque para a IPédia, um guia de Propriedade Intelectual para empresas, investigadores e empreendedores.
Este projecto apoiado pelo COMPETE, no âmbito das Acções Colectivas, envolve um investimento de €2.590.996,83, correspondendo a um incentivo FEDER de €1.813.697,79.
O debate em torno da criação de condições para a promoção de empresas inovadoras e do papel das universidades é extenso, bem como a discussão em torno da questão se os empreendedores nascem assim ou podem ser de alguma forma formados. Este projecto enquadra-se numa abordagem consciente de que um contexto cultural e educional que promova o empreendedorismo pode aumentar o número de potenciais empreendedores, estimulando o pensamento inovador e a solução de problemas.
Neste contexto o Instituto Pedro Nunes, em articulação estreita com as Universidades acima referidas e o INPI desenvolvem o projecto GAPI 2.0, cuja missão é promover a competitividade da economia portuguesa pela incorporação e valorização do conhecimento gerado por empresas, empreendedores e instituições do ensino superior e do sistema científico, através do fomento do empreendedorismo de base tecnológica e da promoção e apoio na utilização do Sistema de Propriedade Industrial (PI) junto dos referidos agentes económicos.
Desde 2002, o IPN dinamiza um GAPI - Gabinete de Apoio à Promoção da Propriedade Industrial, que tem por missão promover a valorização do conhecimento através da utilização do Sistema da Propriedade Industrial (PI). O GAPI foi criado ao abrigo de uma iniciativa pública do INPI -Instituto Nacional de Propriedade Industrial, que deu igualmente origem ao surgimento de mais 22 GAPI sedeados em Universidades, Centros de I&D e Centros Tecnológicos.
Na área do empreendedorismo, o IPN tem mais de doze anos de experiência no apoio a criação de empresas de base tecnológica, através da sua Incubadora.
Em actividade desde 1996, a IPN Incubadora já apoiou a criação e o desenvolvimento de mais de 100 empresas de base tecnológica, com resultados nacionais e internacionalmente reconhecidos, tais como a Critical Software, a Crioestaminal, a CWJ-Componentes Electrónicos, a Wit-Software, a Netvita ou a Active Space Technologies.
A IPN Incubadora foi considerada a 2ª melhor incubadora em 2008 no concurso mundial “Best Science Based Incubator”, provenientes de 23 países diferentes, pelos seu excelentes resultados, dos quais se destaca o modelo de negócio autosustentado com forte retorno do investimento público; a taxa de sobrevivência das empresas incubadas superior a 80%; o volume de negócios agregado, destas empresas, em 2007, superior a 40 milhões de euros e a criação de mais de 900 postos de trabalho directos, altamente qualificados, desde o inicio da sua actividade.
O projecto envolve objectivos estratégicos e operacionais a três níveis:
1.Empreendedorismo e espírito empresarial
1.1 Promover uma cultura de empreendedorismo entre jovens e mulheres capaz de encorajar a adopção de comportamentos favoráveis à iniciativa e transposição de ideias/projectos para a prática, implementando (preferencialmente) ideias de negócio inovadoras e de elevado potencial económico.
1.2 Criar novas empresas de base tecnológica e científica em sectores com maior valor acrescentado e de uso intensivo de conhecimento.
1.3 Dinamizar projectos empreendedores através de redes de empreendedorismo, com vista ao apoio, financiamento e alargamento de mercado desses projectos.
2.Inovação tecnológica, organizacional e de marketing
Apoiar as empresas nacionais no desenvolvimento sistemático e sustentado das suas actividades de inovação e identificar factores críticos para o processo de inovação e acelerar a criação de valor.
3.Propriedade Industrial
3.1 Sensibilizar os agentes económicos e do SCTN para os factores críticos de uma competitividade baseada na economia do conhecimento, em particular no registo de direitos de PI e no uso de instrumentos associados à PI.
3.2 Promover ferramentas de PI junto das empresas enquanto mecanismo de reforço da inovação e de vantagem competitiva perante a sua concorrência.
Para concretizar estes objectivos o projecto envolve várias actividades com resultados mensuráveis, com a convicção de que uma fracção daqueles indivíduos que não nascem naturalmente empreendedores se podem tornar empreendedores e|ou agentes de inovação se os estímulos proporcionados forem positivos.