A OIV - "Office Internacionale de la Vigne et du Vin" - lançou, recentemente, novas normas ambientais para o sector vitivinícola. As normas consistem num protocolo universal – General Principles of the OIV Greenhouse Gas Accounting Protocol for the Vine and Wine Sector - que recomenda a utilização da rolha de cortiça enquanto produto sustentável.
O protocolo consiste em duas vertentes: "Enterprise Protocol" e "Product Protocol". As vertentes, respectivamente, permitem às empresas poderem avaliar as suas emissões de carbono através de um sistema de cálculo e oferecem um guia de análise do Ciclo de Vida do Produto no qual a rolha de cortiça possui um papel preponderante.
A OIV refere que as "rolhas de cortiça representam uma especificidade do sector vinícola e a sua utilização tem um impacto importante na conservação sustentável da floresta. Devido a este papel importante, o balanço da emissão de carbono da rolha pode ser tido em conta...".
Além disso, reconhece-se que "aquando a contabilização das emissões dos gases efeito estufa relacionados com a rolha de cortiça natural, o sistema de produção deve ser considerado de forma holística". Isto significa que não deve ser contabilizado apenas o carbono retido pelo produto (rolha), mas também o sumidouro de carbono do montado de sobro.
Segundo um estudo publicado pelo Instituto Superior de Agronomia (ISA), de Lisboa, o montado pode fixar cerca de 6 toneladas de CO2 por hectare e ano, o que corresponde, no caso de Portugal a mais de 4 milhões de toneladas de CO2 por ano. Em consequência, é possível concluir que as florestas de sobro do Mediterrâneo (2,2 milhões de hectares) possibilitam a retenção de quase 14 milhões de toneladas de CO2, por ano.
Às medidas tomadas pela OIV, Joaquim Lima, director da APCOR refere que "a sustentabilidade e a redução do impacto ambiental estão na ordem do dia e, com isto, não podemos minimizar a importância de tal reconhecimento de uma organização mundial que rege o comércio de vinho. A rolha de cortiça é a única opção de vedante para os produtores de vinho, distribuidores e retalhistas que pretendem minimizar a pegada de carbono e adoptar as melhores práticas em relação ao desempenho ambiental."
Os benefícios, em termos ambientais, das rolhas de cortiça em relação aos vedantes alternativos também são evidenciados numa análise sobre o Ciclo de Vida do Produto realizada pela PriceWaterHouseCoopers / Ecobilan[i], em 2008, sobre o ciclo de vida das rolhas de cortiça versus cápsulas de alumínio e vedantes de plástico.
No que diz respeito à emissão de gases com efeito de estufa, o estudo revela que cada vedante de plástico emite 10 vezes mais CO2 que uma rolha de plástico e as emissões de CO2 da cápsula de alumínio são 24 vezes superiores às da rolha de cortiça.
O estudo concluiu que, ao longo de um período de 100 anos, a emissão de CO2 durante o ciclo de vida de 1000 rolhas (isto é, produção, transporte, embalamento e fim de vida) ascende a 1.533 g de CO2 equivalente (CO2e), enquanto que o valor relativo a 1000 vedantes sintéticos é de 14.833 g de CO2e e em relação a 1000 screwcaps é de 37.172 g de CO2.
Este estudo englobou a análise de sete indicadores-chave ambientais, a saber:
- a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa;
- o consumo de energias não renováveis;
- o consumo de água;
- o contributo para a acidificação da atmosfera;
- o contributo para a deterioração da camada de ozono;
- o contributo para a eutrofização
- a produção de desperdícios sólidos.
As rolhas de cortiça classificaram-se como a melhor alternativa em seis dos referidos indicadores e surgem em segundo lugar, a seguir aos vedantes de alumínio, no que diz respeito ao consumo de água.
O estudo da PricewaterhouseCoopers, elaborado nos termos das normas ISO 14040 e 14044, foi sujeito a uma revisão minuciosa realizada por três entidades independentes, incluindo um perito em análises de ciclos de vida.
Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor)
A Apcor tem como missão representar e promover a indústria portuguesa da cortiça, representando cerca de 250, que no seu conjunto são responsáveis por cerca de 80% da produção nacional total e 85% das exportações de cortiça. É também responsável pelo desenvolvimento de acções de promoção e valorização da cortiça através da realização de iniciativas de carácter nacional e internacional, disponibilizando, ainda, um centro de informação.
Fonte: APCOR
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Joaquim Lima
E-mail: realcork@apcor.pt
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