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Plataforma facilita acesso de empresas a fundos de desenvolvimento

19.02.2015
  • Economia , Europa

O Governo lançou a plataforma online Parcerias para o Desenvolvimento para facilitar o acesso das empresas portuguesas a informação sobre os fundos disponibilizados pelos bancos multilaterais e pela União Europeia para investimento em países em desenvolvimento.

Governo Portugal
Governo Portugal

O Secretário de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues, explicou que a plataforma visa fornecer informações sobre as oportunidades disponíveis em 144 países em desenvolvimento em projetos financiados pelos sete bancos multilaterais de que o Estado português é acionista e os fundos de cooperação da União Europeia.

A plataforma irá «proporcionar às empresas a entradas nos mercados dos países em desenvolvimento», sobretudo as PME, tendo em conta que atualmente «o número de empresas que aproveitam estas oportunidades é muito reduzido».

Os sete bancos de que Portugal é acionista e que financiam projetos nestes países são o Banco Mundial, Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento, Banco Africano de Desenvolvimento, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco Asiático de Desenvolvimento, Corporação Andina de Fomento e Banco Europeu de Investimento que disponibilizam cerca de 60 mil milhões de dólares (52,7 mil milhões de euros) por ano para projetos nos países em desenvolvimento.

O Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Luís Campos Ferreira, afirmou que a União Europeia disponibiliza 54 mil milhões de euros no período 2014-2020, dos quais 1,3 mil milhões de euros são destinados aos «parceiros tradicionais da cooperação português» – os países africanos lusófonos e Timor-Leste.

«Trata-se de montantes avultados colocados à disposição das empresas portuguesas para promover a sua internacionalização e ao mesmo tempo promover o desenvolvimento» dos países onde os projetos são aplicados, referiu Campos Ferreira, considerando que «exportar desenvolvimento é importar segurança».

Este tipo de financiamento tem como vantagens «uma redução do risco de crédito porque são estas entidades que pagam os serviços prestados, não há riscos cambiais porque os pagamentos são feitos em dólares ou euros e não existe o problema da expatriação de capitais» afirmou Manuel Rodrigues.

O objetivo da plataforma «é apresentar oportunidades para empresas que têm mais dificuldade na internacionalização, sem os riscos associados às leis de mercado tradicionais, e assim aumentar o número de empresas a concorrer a estes projetos e aumentar também a taxa de sucesso das candidaturas», acrescentou Manuel Rodrigues.

O portal «é atualizado praticamente em tempo real» é aberto e permite a busca por país, fornecendo neste caso todas as ofertas disponíveis para esse país, ou permite procurar por sector estando disponíveis hoje na plataforma 720 oportunidades distribuídas por 19 setores de atividade em 122 países.

Estão disponíveis os contactos da representação diplomática ou da delegação da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) desse país, que vão dar informações sobre o mercado ou ajudar na elaboração da candidatura, explicaram os governantes.

No futuro, o objetivo é que a plataforma sirva para estabelecer o contacto entre as empresas que se candidatam para promover, por exemplo, consórcios, nos casos em que uma empresa isolada não preenche os requisitos exigidos no caderno de encargos de cada projeto.

O portal permite ainda que as empresas, através da informação de que companhia ganhou determinado concurso, possam depois tentar uma oportunidade num «segundo mercado», que é o da subcontratação, afirmou Campos Ferreira.

O presidente da AICEP, Miguel Frasquilho, referiu que a agência vai dar apoio técnico às candidaturas e «garantir resposta atempada às questões colocadas pelas empresas».

Apesar de especialmente direcionada para as empresas, a plataforma também apresenta oportunidades para universidades, organizações não-governamentais ou outros parceiros da cooperação. 

Fonte: Governo de Portugal