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Porto Fashion Show | Novos talentos crescem no Porto

01.11.2013
  • Acções Colectivas

A Alfândega do Porto recebeu a segunda edição do Porto Fashion Show, o concurso de jovens criadores de moda da Europa promovido pelo CENIT – Centro de Inteligência Têxtil, cuja final decorreu integrada no Portugal Fashion.

A alemã Catharina Saffier, da Esmod Berlin, foi a grande vencedora da segunda edição do Porto Fashion Show, o concurso de jovens criadores cuja final trouxe a Portugal novos talentos de prestigiadas escolas de moda da Europa.

João Melo Costa, Marina Criado, Myriam Boudjella, Thea Cozzi, Rebecca Taylor e Michael Klammsteiner viram igualmente o seu talento reconhecido por um júri internacional presidido por Felipe Oliveira Baptista.
 
A Alfândega do Porto engalanou-se, no passado dia 26 de outubro, para a segunda edição do Porto Fashion Show, o concurso de jovens criadores de moda da Europa promovido pelo CENIT – Centro de Inteligência Têxtil, cuja final decorreu integrada no Portugal Fashion.
 
Um júri internacional, composto pelo criador português Felipe Oliveira Baptista como presidente, Paula Mateus, diretora da Vogue Portugal, Jenny Christoph, designer da equipa da britânica Vivienne Westwood, Eugenio Loarce, designer espanhol, Gregory Lamaud e Louis Gerin, designers franceses, Flavia Colli Franzone, jornalista italiana, e Eugen Rapp, jornalista alemão, premiou como vencedora absoluta Catharina Saffier, formada pela Esmod Berlin.
 
A coleção Closer, inspirada numa série de impressões a preto e branco da fotógrafa Diane Arbus e na obra do pintor alemão Hans Holbein, valeu à jovem criadora alemã um prémio final de 10 mil euros. «Este prémio vai permitir-me dar o próximo passo: comprar tecidos e fazer a minha segunda coleção», revela Catharina ainda surpresa e emocionada com a vitória. «Nunca pensei ganhar, mas é muito motivador ter profissionais tão reconhecidos a dizerem-te que a tua coleção é boa», sublinha.   
 
João Melo Costa foi o vencedor português. Apesar de ter apenas 23 anos, a jovem promessa do design de moda nacional tem já um longo currículo – que inclui a presença no programa paralelo da Semana de Moda de Londres – e a coleção Mo(u)rning convenceu definitivamente o júri. Inspirada no processo de luto, os coordenados a preto e branco revelaram um trabalho minucioso e uma utilização surpreendente dos materiais, como sarja, tela de algodão e estampados a glitter. «Vai ser uma ajuda para continuar a desenvolver o meu trabalho», afirma o designer formado pelo Modatex, que tem entre os seus próximos desafios participar no Festival d’Hyères, em França.
 
Já Michael Klammsteiner, de 23 anos, explorou as suas competências em design de metal para criar “Euphoria”, uma coleção masculina em tecido e pele “bordada” com apontamentos metálicos, num estilo único que mereceu o destaque como vencedora para a Alemanha. «Quis mostrar o sentimento de euforia no trabalho em metal», explica Klammsteiner. «Quero vestir homens entre os 20 e os 40 anos», acrescenta em relação à marca que pretende estabelecer no prazo de cinco anos.
 
Por sua vez, Freezspring valeu a Marina Criado o prémio para Espanha. A jovem criadora, que começou o seu percurso profissional com um curso em gestão e administração, passou pelo design gráfico e enveredou recentemente pelo design de moda, trabalha atualmente como designer júnior na marca espanhola Moisés Nieto. «No ano passado decidi que era agora ou nunca. Achei que podia fazer design de moda. Dei a mim própria dois anos e, se nesse tempo, não visse nenhum progresso, voltaria à minha carreira anterior», conta. Algo que provavelmente não fará, tendo em conta o prémio recebido no Porto Fashion Show.
 
Blast Waves foi a coleção que Myriam Boudjella apresentou no Porto e que lhe garantiu o prémio para França. As malhas – num confronto entre as deformações digitais (interferências televisivas) e naturais (efeitos de mármore ou de nuvens) – tiveram o protagonismo nas criações da jovem de 20 anos, formada pelo Atelier Chardon-Savard. «Foi muito bom ganhar, mas ainda melhor foi conhecer todos estes designers de origens diferentes e partilhar com eles esta experiência inesquecível», assume a criadora.
 
Do Istituto Marangoni, Thea Cozzi trouxe uma coleção madura, com um percurso de inspiração que varia desde o filme “Babette’s Feast” ao trabalho conceptual do artista Joseph Beuys. Os jacquards de algodão, usados habitualmente em sofás e têxteis-lar, foram a matéria-prima para esta criadora que ocupa atualmente o cargo de assistente de design na casa Jil Sander. «Hoje, na moda, já toda a gente experimentou tudo. Por isso, para sermos originais, temos de misturar muitas coisas», defende a jovem criadora, que desenha vestuário desde os seis anos.
 
Rebecca Taylor, por seu lado, impressionou o júri com a utilização de desperdícios de matérias-primas como laminados de Gore-Tex para criar roupa de inspiração sportswear, em combinações de formas e cores ousadas. Uma aposta arrojada que conquistou o prémio para o Reino Unido. «Não podia ir para Londres quando me formei, como a maioria dos meus colegas. Por isso, tive de pensar fora da caixa. Escrevi a muitas empresas a pedir os desperdícios e a Gore-Tex tornou-se um dos grandes patrocinadores, juntamente com empresas mais pequenas. Com isso criei esta coleção – tudo é upcycled», confessa a jovem criadora de 22 anos. «Quero ser a marca que usa os desperdícios para criar belas peças de vestuário», acrescenta.
 
Cada vencedor por país recebeu um prémio de 2.000 euros para desenvolver a sua próxima coleções.
 
Nos dois dias que antecederam a final do concurso na Alfândega do Porto, os 15 finalistas estrangeiros participaram numa “maratona industrial” que os levou por algumas das mais emblemáticas empresas têxteis portuguesas, nomeadamente a produtora de tecidos para camisaria de gama alta Somelos Tecidos, a especialista em denim Pizarro e a Flor da Moda, que para além da confeção em private label possui ainda a marca Ana Sousa. «Com o Porto Fashion Show conseguimos promover a nossa Indústria Têxtil e Vestuário junto dos líderes criativos de amanhã na Europa, que no futuro irão desenvolver marcas próprias ou ter influência em marcas reputadas», resume Manuel Lopes Teixeira, administrador-executivo do CENIT.
 
O concurso Porto Fashion Show, um projeto do CENIT apoiado pelo programa Compete que envolve igualmente a promoção de conferências internacionais e exposições ligadas ao mundo da moda, deverá regressar dentro de dois anos. O CENIT – Centro Associativo de Inteligência Têxtil é uma organização sem fins lucrativos fundada pelas associações sectoriais ANIVEC/APIV – Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção e ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal e direcionada para a promoção, divulgação e informação de e para a indústria têxtil, de vestuário e da moda nacional.
 
 
Para qualquer informação adicional, por favor, contactar:
CENIT – assessoria.cenit@gmail.com ou Tel. +351 252 302020