Portugal participa nos European Business Awards for the Environment, uma iniciativa que pretende reconhecer e promover empresas/organizações que dão um contributo relevante para o Desenvolvimento Sustentável.
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Estes prémios são uma iniciativa da Comissão Europeia, em colaboração com o IAPMEI e o Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento. De periodicidade bienal, o Prémio de Inovação para a Sustentabilidade (EBAEpis) tem como objectivo reconhecer e premiar empresas públicas e privadas que contribuem para o cumprimento dos princípios do desenvolvimento sustentável e cujo desempenho e/ou práticas inovadoras possa servir como exemplo para outras empresas. |
Esta foi a segunda vez que Portugal participou nos European Business Awards for the Environment, sendo que as empresas portuguesas distinguidas vão integrar a candidatura para a final europeia, a realizar pela Comissão Europeia, em 2012.
O Prémio | European Business Awards for the Environment - Prémio de Inovação para a Sustentabilidade (EBAEpis)
A Revigrés foi distinguida nos Prémios Europeus de Iniciativa Empresarial (European Enterprise Awards), na fase nacional, com menção honrosa, pelo projecto de Melhores Práticas em Investigação e Inovação (Best Practices in Research and Innovation), em parceria com a Universidade de Aveiro.
Na categoria Produto, a REVIGRÉS distinguiu-se pelo facto dos seus produtos cerâmicos serem inovadores. Estes conjugam as funções estéticas com as funções técnicas e têm como objectivo a eficiência energética, a protecção do ambiente, a preservação da saúde e do bem-estar e a integração arquitectónica, de forma a promover a sustentabilidade na construção e reabilitação urbana.
A cerimónia de entrega dos prémios decorreu no dia 15 de Fevereiro, no Auditório da Lispólis, em Lisboa.
A empresa
A Revigrés, Indústria de Revestimentos de Grés, Lda. constituiu-se em 1977 com o objectivo principal de fabricar e comercializar materiais de revestimentos cerâmicos. Iniciou a actividade com o capital inicial dividido por doze sócios, mas a partir de 2007 iniciou um novo modelo de governação.
A empresa assumiu a pretensão de conquistar um lugar de destaque no sector, tendo sido equipada com o que de melhor havia em equipamentos e tecnologia disponíveis.
A Revigrés demonstra uma forte iniciativa empresarial e estreita relação de cooperação com a Universidade de Aveiro em diferentes áreas: Investigação, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Cooperação em Consórcios e Formação de Recursos Humanos.
Esta estreita interacção da Revigrés com o meio envolvente, com entidades de âmbito nacional e internacional, promove a capacidade e espírito empresarial em todos os projectos/iniciativas em que está envolvida.
Os projectos
De registar alguns projectos e iniciativas desenvolvidas com entidades do sistema científico e tecnológico, nomeadamente os projectos Ícarus, SenseTiles e o Solar Tiles.
- Ícarus
O projecto visa a promoção da inovação no sector da cerâmica pela via da produção de produtos inovadores e de alto valor acrescentado e ainda pela adopção de processos inovadores no sector, pela aplicação da metodologia 6sigma à indústria cerâmica de pavimentos e revestimentos.
Os novos produtos a comercializar decorrem de projectos de investigação que a empresa desenvolveu, uns internamente, outros em parceria com entidades do sistema científico e tecnológico nacional (e também com outras empresas do sector e fora do sector). Este projecto visa a transposição dos produtos desenvolvidos para a fase da produção industrial.
Estes produtos, pelo alto valor acrescentado que incorporam vão permitir que a empresa se oriente para os mercados internacionais. Está previsto um crescimento das exportações de 40%, o que significa em ano cruzeiro mais de 27,5 milhões de euros.
No que diz respeito à adopção de novos processos, esta tem um peso muito menor no projecto mas representa mais uma vez o pioneirismo que caracteriza a Revigrés. Será a primeira empresa de pavimentos e revestimentos cerâmicos em Portugal a aplicar as técnicas integradas de Lean e 6Sigma que visam a optimização dos processos e a redução da variabilidade dos mesmos, tendo por base conceitos de redução de desperdícios, redução da variabilidade de processos, entre outros, visando a eficiência e eficácia e desde logo maior produtividade e, consequentemente, maior competitividade.
- SenseTiles
Este projecto visa o desenvolvimento de revestimentos cerâmicos com funcionalidades sensitivas, usando-os como interface das tecnologias de domótica. Com base na sensorização táctil do revestimento cerâmico, e sem prejuízo das suas características nativas, pretende-se que estas novas funcionalidades transformem o produto na parte interactiva com edifícios inteligentes, possibilitando a desenhadores e arquitectos a criação de ambientes interiores mais elegantes, simplistas ou minimalista, em resposta às tendências arquitectónicas actuais.
O plano de trabalho centra-se fundamentalmente na engenharia dos dispositivos sensoriais, baseados em sistemas electrónicos de base capacitiva, do sistema de aplicação compatível com as técnicas construtivas convencionais e concepção dos sistemas de interface com o utilizador. Serão produzidos protótipos com diferentes funcionalidades, desde o controlo de iluminação até ao comando de torneiras, passando por sistemas de segurança incorporados nos revestimentos cerâmicos. No final, será apresentada uma gama de protótipos SenseTiles, com características certificadas que permitam a demonstração do conceito e transpô-lo para o mercado.
- SolarTiles
O objectivo deste projecto é desenvolver revestimentos cerâmicos fotovoltaicos que aproveitem a energia solar para a produção de electricidade.
Pretende-se contribuir para um novo tipo de arquitectura de edifícios, que inclua o eco-design, fachadas e coberturas de edifícios baseados em materiais cerâmicos fotovoltaicos, numa perspectiva de novos produtos cerâmicos multifuncionais, em que se pretende conjugar as funções de revestimento, estética e de produção de energia.
No que se refere à tecnologia solar fotovoltaica, o conceito de telha é um dos que tem merecido maior atenção, por diferentes equipas de investigação, académicas e industriais. Não obstante conceitos definitivos, em particular no que se refere a telhas cerâmicas, curvas ou planas, não emergiram ainda com solidez tecnológica adequada à sua difusão no mercado.
No contexto da indústria cerâmica nacional, esta parece uma oportunidade óbvia de diferenciação pela capacidade de oferta de variantes de produto incorporando tecnologias solares.
De facto, a telha Portuguesa tem consubstanciado um conceito dominante na arquitectura latina e suas coberturas típicas, em duas ou mais águas. Não obstante ter vindo a observar-se uma tendência de utilização decrescente da telha Portuguesa em novos edifícios nacionais, a diversificação de produto pela incorporação de tecnologias solares é tida como uma via possível para a recuperação deste segmento de mercado, conquanto seja possível desenvolver conceitos que incorporem um elevado valor arquitectónico.
Este é considerado um requisito fundamental no desenvolvimento de produto, no sentido de se minimizarem as barreiras não-técnicas sentidas relativamente à especialidade de arquitectura. A oportunidade de utilização de produtos cerâmicos solares no mercado da reabilitação constitui-se também, neste sentido, como uma forte motivação para a indústria cerâmica nacional dada a perspectiva genérica de crescimento deste segmento de mercado do sector da construção. No que se refere ao desenvolvimento de revestimentos cerâmicos solares para fachadas, não existem à data soluções que integrem estas tecnologias, sendo esta também uma oportunidade para os sectores industriais envolvidos, numa altura em que se assiste por exemplo a uma utilização crescente de produtos cerâmicos em fachadas ventiladas, nas quais outros materiais (como por exemplo o vidro) já começaram a integrar filmes fotovoltaicos.
O objectivo principal deste projecto é o desenvolvimento, à escala laboratorial, de protótipos funcionais de produtos cerâmicos fotovoltaicos integrados, de elevada eficiência, para revestimentos de edifícios (telhas e revestimentos exteriores de fachada) que incorporem, de raiz e por deposição, filmes finos fotovoltaicos. Pretende-se que os protótipos a desenvolver se caracterizem por uma elevada qualidade estética e desempenho técnico. Os filmes em consideração são do tipo silício nanocristalino ou polimorfo, tecnologia que pertence dita à terceira, ou última, geração de materiais fotovoltaicos.