Será um mês de setembro louco, caótico, aquele que espera as empresas portuguesas de calçado. Num curto espaço de tempo, pouco mais de vinte dias, mais de uma centena de empresas participará em sete ações promocionais no exterior. Aumento das exportações e conquista de novos mercados são as duas grandes prioridades.
O frenesim iniciou-se a 6 de setembro, em Madrid. Na Modacalzado, o grande evento do setor na península ibérica agora designado MOMAD Metropolis, vão participar 10 empresas portuguesas. Segue-se a GDS, com a presença de 72 expositores lusos.
O mercado alemão é uma prioridade estratégica para a indústria portuguesa de calçado. Por esse motivo, a presença nacional na GDS, o grande evento do setor que se realiza no centro da Europa, tem vindo a aumentar de forma galopante nos últimos anos.
O mercado alemão é uma espécie de “desígnio” setorial. Ainda que com um desempenho mais modesto, a economia germânica continua a revelar-se como um dos grandes impulsionadores da Zona Euro. Na primeira metade do ano, Portugal exportou para a Alemanha 6,2 milhões de pares de calçado, no valor de 153 milhões de euros, mais 2,4% do que no mesmo período do ano anterior. Razão de sobra para uma grande investida do calçado português à «feira das feiras» de Dusseldorf. Destaque para a presença de 13 jovens talentos portugueses na GDS, 10 dos quais uma estreia absoluta.
A GDS será determinante para uma nova abordagem do setor não só aos retalhistas alemães, como também aos mais de 15 mil visitantes estrangeiros que são esperados. Em traços gerais, espera-se que 30.000 visitantes, e mais de 500 jornalistas internacionais, oriundos de 80 países, visitem Dusseldorf, cidade que é considerada o centro da indústria da moda alemã, onde estão instaladas 400 agências de marketing e publicidade, 1.300 showrooms e mais de 1.400 negócios ligados ao comércio de moda.
Em conjunto, as empresas portuguesas que participam em certames profissionais no decorrer do mês de Setembro, são responsáveis por mais de seis mil postos de trabalho directos e exportam sensivelmente 500 milhões de euros.
Segue-se uma grande aposta na MICAM, a maior e a mais prestigiada feira de calçado do mundo, que acolherá 81 expositores lusos. A presença na feira de Milão insere-se na estratégia promocional definida pela APICCAPS e AICEP, com o apoio do Programa Compete, e que visa consolidar a posição relativa do calçado português nos mercados externos, diversificar o destino das exportações, abordar novos mercados e possibilitar que novas empresas iniciem o processo de internacionalização. Como habitualmente, as marcas portuguesas estarão espalhadas pelos dez pavilhões de exposição da feira, numa lógica de segmentação de produtos, o que permite uma mais rápida e eficiente visita à feira de Milão.
Ao todo, mais de 1.600 expositores, de aproximadamente 50 países, e mais de 40 mil visitantes profissionais marcarão presença na MICAM. Portugal será a segunda maior delegação estrangeira na feira de Milão, sendo apenas superado pela Espanha.
Nas mesmas datas, de 15 a 18 de setembro, e igualmente em Milão, quatro empresas portuguesas vão participar na MIPEL, o mais importante certame mundial destinado aos artigos de pele e marroquinaria. A atravessar um bom momento – as exportações aumentaram 29% no primeiro semestre do ano para 49,5 milhões de euros – o setor português de artigos de pele procura novas oportunidades nos mercados internacionais.
Ainda no decorrer do mês de setembro, a assinalar a presença de empresas portuguesas em feiras em Paris (Le Cuir e Italmoda, com 18 empresas) e em Moscovo.
Ao todo, desde o inicio do ano, mais de 150 empresas da fileira do calçado estão a participar num megaprograma de promoção à escala internacional que se traduz na presença em mais de 60 dos mais prestigiados fóruns internacionais da especialidade.