1. Síntese
Sendo claramente considerada como um dos principais motivadores de evoluções económicas e sociais dos países que apostam no desenvolvimento, a inovação ocupa, cada vez mais, um lugar de grande destaque na construção de vantagens competitivas das empresas e na implementação de estruturas de mercado vantajosas para o desenvolvimento da economia nacional. Em Portugal, é assinalável o esforço realizado no apoio às atividades de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDI) nos últimos anos.
O projeto “Redes de Inovação”, cofinanciado pelo COMPETE, integra um conjunto de atividades que visam a conceção e implementação de um programa de valorização da capacidade inovadora local nas regiões do Centro (com enfoque na NUTS III Beira Interior Sul) e Alentejo (com enfoque nas NUTS III Alto Alentejo e Alentejo Central), que se constitua como um veículo relevante na fixação do conhecimento e na promoção da coesão territorial. Por outro lado, pretende igualmente contribuir para o desenvolvimento de uma estratégia que permita aproveitar as competências das unidades de investigação regionais, fomentar a incorporação da inovação nas empresas e melhorar a articulação entre estas e os centros de I&D.
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2. Enquadramento no COMPETE
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2.1 Sistema de Apoio a Acções Colectivas
Promovido pela AIP-CCI (Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria), o projeto “Redes de Inovação”, com início em Dezembro de 2012 e término a 30 de novembro de 2014, foi cofinanciado pelo COMPETE – Programa Operacional Factores de Competitividade.
O projeto insere-se no Sistema de Apoio a Acções Colectivas (SIAC), e envolve um investimento elegível de cerca de 377 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de cerca de 264 mil euros. |
2.2 Testemunho do Promotor | AIP |
O projeto “REIDI/Redes de Inovação” ao efetuar o levantamento e o tratamento exaustivo de informação relativa ao fator Inovação, em três regiões específicas: Castelo Branco, Évora e Portalegre, permitiu, entre outros méritos, concluir que ao nível da produção do Conhecimento, bem como ao nível das infraestruturas que dão apoio a essa produção de Conhecimento, e assim de Inovação, nos encontramos em patamares semelhantes aos dos países mais desenvolvidos.
O state-of-the-art sobre Inovação, apurado no âmbito deste projeto, permite concluir sem margem para dúvida que, em termos de Conhecimento, estamos a par do que de mais sofisticado e exigente se faz por esse mundo desenvolvido fora. O problema mais relevante efetivamente identificado tem a ver com algum desfasamento ainda existente entre a produção de conhecimento e a operacionalização desse conhecimento em termos de negócio pelas empresas. Esta é a fragilidade que a AIP no âmbito da sua missão de apoio ao desenvolvimento das empresas, e da economia nacional, se propõe ajudar a debelar nas ações futuras que irá realizar.
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2.3 Testemunhos de Empresas
- Jorge Amaral, gerente sócio fundador da Mecalbi – Engineering Solutions, Lda
“A Mecalbi tem presente que a inovação é um dos pilares mais importantes em que assenta a sua estratégia de desenvolvimento do negócio. Também está consciente que fazer inovação não tem que ser necessariamente nos grandes centros, pese embora a maior dificuldade que se tem no interior em estabelecer parcerias com as entidades do Sistema Cientifico Nacional (Universidades e outros), mais credenciado ou conhecido. Por este motivo foi importante este estudo, no sentido de aferirmos, o caminho e o posicionamento das nossas práticas neste campo.
Estamos, hoje, mais orgulhosos, mas também mais responsabilizados e exigentes quanto à necessidade de manter e melhorar os nossos métodos e abordagens neste tema da Inovação. Num mercado global em que concorremos com empresas de grande dimensão e capacidade financeira, estamos mais conscientes que só mantendo uma estratégia de diferenciação pela inovação conseguiremos manter um crescimento sustentado financeira e socialmente interessante.
O difícil não é ter dentro da organização pessoas com imaginação e vontade de melhorar produtos e processos, o difícil é que toda a organização tenha esses princípios interiorizados e sistematizados para que a Inovação seja prática diária e organizada de todos os colaboradores.
Bem-haja a todos os que colaboraram neste estudo”.
- Jorge Rodrigues, Eng.º Civil | Área de IDI da PROCIFISC
“A PROCIFISC participou no passado mês de Maio no projeto Redes de Inovação, como oradora nos Encontros de Castelo Branco e Portalegre.
Foram dois encontros bastante proveitosos, no sentido de conhecer novas realidades e empresas que também têm boas práticas de IDI e outras empresas que estão em processo de adoção dessas mesmas boas práticas. Estes encontros têm o benefício de permitir a troca de ideias e experiências relativas ao IDI, bem como desenvolver o sistema de IDI em zona interiores do país, que normalmente ficam mais distantes deste tipo de ações.
São sem dúvida alguma, ações muito importantes, que contam com o apoio do COMPETE e que pode permitir o crescimento das zonas interiores do país, e o acesso das empresas sediadas nessas zonas a este tipo de ações”.
3. Descrição
O Projeto “Redes de Inovação” consiste num conjunto de iniciativas que permitem efectuar o levantamento das empresas que incorporam na sua atividade o fator Inovação (ao nível do processo, ou do produto, ou do marketing, ou da organização), bem como das entidades do Sistema Cientifico e Tecnológico que ministram nos seus curricula cursos, saberes e conhecimentos que envolvam igualmente este fator inovação e/ou trabalhem na área da Investigação.
O objetivo final consiste em mapear nas regiões Alentejo (Évora e Portalegre) e Centro (Castelo Branco), todas as empresas e instituições que de algum modo envolvem o fator Inovação na sua actividade, com o objectivo de, no final, se poder traçar um documento estratégico (Estudo) que reflita e analise objetivamente o potencial das regiões em termos de Capacidade Inovadora e Oportunidades para a Evolução destas Regiões.
Pretende-se efectuar o levantamento exaustivo da oferta cientifica e tecnológica dos territórios objecto do estudo, bem como das infraestruturas e tecido empresarial existente para, deste modo, alavancar o potencial já instalado nas regiões e assim estimular e/ou consciencializar os seus principais actores: as empresas, para a necessidade de incorporar este fator de competitividade (Inovação) nos seus processos e/ou produtos.
O projecto pretende igualmente sistematizar toda esta informação sob a forma de Base de Dados especifica para este critério: Inovação, bem como pretende conceber e produzir uma plataforma na Web que facilite a ligação entre a oferta e a procura: Bolsa de Inovação.
Paralelamente o projeto prevê a conceção e a realização, também na Web, de um espaço que se constitua como Inovatório e que permita a monitorização em tempo real, o que pressupõe a sua atualização permanente, das atividades de IDI nas regiões Alentejo (Évora e Portalegre) e Centro (Castelo Branco).
Tendo como objectivo consciencializar as empresas (PME) para as virtudes e os méritos da Inovação o projecto pretende igualmente identificar e efectuar apresentações de boas-práticas e casos de sucesso empresariais neste domínio. É convicção da AIP que por via do exemplo muitas empresas ainda não aderentes a esta nova realidade, bem como a esta nova exigência resultante da globalização da economia, poderão mais facilmente adotar na sua nova estratégia de desenvolvimento este fator, cuja pertinência para o acréscimo de “valor” do seu produto se revela absolutamente vital.
Com este objectivo o projecto pretende, também em contexto digital (web), organizar e dinamizar Comunidades de Prática tendo em vista a sensibilização para esta temática, providenciando pelo apoio técnico e/ou instrumental que possa ser facultado por esta via a possíveis interessados neófitos e/ou aos que já estão envolvidos em processos de mudança que incorporem IDI. Trata-se essencialmente de um espaço de discussão e debate de ideias sobre este tema tão importante e relevante para a vida das empresas no contexto de competitividade global com que são incontornavelmente confrontadas.
Através da execução deste projeto será possível potenciar:
- a sensibilização das empresa destas regiões para a inovação empresarial com o objectivo de estimular a Inovação nas empresas, especialmente nas PME
- a promoção do trabalho em rede facilitando o acesso ao trabalho dos investigadores
- o incentivo a uma melhor articulação entre os centros produtores do conhecimento (universidades, institutos, politécnicos, etc) e as empresas capazes de operacionalizar com acréscimo de valor esse mesmo conhecimento, tendo em vista o reforço da ligação entre empresas e o “Conhecimento” e subsequentemente das parcerias universidade – empresa
- a promoção da inovação nas regiões parceiras e de uma forma geral a promoção das parcerias entre empresas e o trabalho colaborativo
- a promoção da inovação como fator essencial ao crescimento e à criação de riqueza e de emprego
- a apresentação de casos de sucesso e de exemplos de boas-práticas como incentivo a seguir
Com a prossecução destes objetivos o projeto pretende:
- Estimular o desenvolvimento nas regiões Alentejo (Évora, Portalegre) e Centro (Castelo Branco) por via das iniciativas económicas decorrentes das atividades inovadoras
- Atrair para estas regiões profissionais qualificados, bem como qualificar protagonistas locais no sentido da criação de comunidades empresariais e de conhecimento
- Constituir e consolidar sistemas regionais de inovação que valorizem as complementaridades existentes e estimulem os fatores se diferenciação
- Otimizar o potencial instalado em termos de infraestruturas e equipamentos, bem como centros de conhecimento (universidades), numa perspetiva de rede, potenciando a partilha de recursos e de conhecimento
- Aprender com boas-práticas, novos conhecimentos e novos exemplos trazidos por outros mas que possuem potencial de aplicabilidade local
- Desenvolver novas aplicações e serviços inovadores através do reforço da ligação oferta-procura local de IDI
- Ganhar projeção e visibilidade nacional e internacional na área da Inovação.
4. Outputs
1. Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões Centro (Beira interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Trata-se de um estudo de diagnóstico sobre a capacidade inovadora das regiões consideradas e uma análise de oportunidades para evolução da mesma. Neste sentido, este trabalho pretende contribuir para a fixação do conhecimento na área da IDI e para a promoção da coesão territorial.
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2. Relatório “Boas Práticas de IDI inspiradoras de Ação nas Regiões Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Este Relatório apresenta um conjunto de estudos de caso de empresas regionais com boas práticas de IDI e de empresas nacionais com o Sistema de Gestão da IDI (SGIDI) certificado segundo a norma NP4457:2007. Este trabalho pretende contribuir para a fixação do conhecimento na área da IDI e para promover a realização de novas ações nesta área, nas regiões do Alentejo e Centro.
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3. Repositório de atividades de IDI das empresas das Regiões Centro (Beira interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
A análise das atividades de IDI incluídas no documento supra resulta, assim, de uma compilação das atividades desenvolvidas no âmbito de IDI apresentadas nos Diagnósticos de Atividades de Investigação, Desenvolvimento e Inovação, disponibilizados às 12 empresas que participaram nesta iniciativa.
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4. Manual “Estruturação de atividades de IDI de acordo com os requisitos da norma NP 4457:2007 – Propostas e Recomendações para PME”
Este Manual constitui-se como um documento que pretende contribuir para a melhoria do desempenho das PME no que respeita à gestão da IDI. Neste sentido, este trabalho pretende apresentar um conjunto de propostas e recomendações aplicáveis a um universo alargado de PME, nomeadamente as PME localizadas nas regiões alvo, no sentido de promover uma reestruturação das atividades de IDI desenvolvidas, de acordo com os requisitos da norma NP 4457:2007.
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5. Conclusão
O projecto possui uma vertente - Informação sobre Inovação - com o objectivo de identificar e desenvolver as competências das unidades de investigação regionais, fomentar a incorporação da inovação tecnológica nas empresas e melhorar a articulação entre as empresas e os centros de I&D.
Pretende-se estimular a colaboração entre a prática da investigação científica e tecnológica e as necessidades do mundo empresarial, e para isso serão desenvolvidas as seguintes atividades:
- Realização de estudo sobre a capacidade inovadora dos territórios, considerando as questões oferta/procura;
- Levantamento exaustivo da oferta científica e tecnológica nacional;
- Desenvolvimento da “Bolsa de Inovação” - plataforma que facilite a ligação oferta-procura local de IDI;
- Realização de workshops e atividades de promoção da ligação oferta-procura local de IDI;
- Criação do “Inovatório” - Observatório de Inovação.
E uma vertente - Redes de valorização das capacidades de Inovação nas PME - com o objectivo de criar uma estratégia que permita a aproximação entre as empresas e as entidades do Sistema Científico e Tecnológico com vista a criação de sinergias que potenciem o desenvolvimento de soluções, produtos e serviços inovadores.
Eventos e atividades previstas:
- Organização e realização do evento Business Innovation;
- Levantamento dos principais actores dos sistemas regionais de inovação- Certificação IDI;
- Realização de mostra de boas práticas de IDI das regiões consideradas;
- Organização dos “Encontros regionais de inovação”;
- Organização do “Dia da Inovação”;
- Elaboração de manual orientado para a acção;
- Dinamização de Comunidade de Prática.
6. Links
Site: http://www.aip.pt/
Para conhecer outros projetos apoiados pelo COMPETE no âmbito do SIAC - Sistema de Apoio a Acções Colectivas, consulte o menu Áreas/Os Projetos em que Apostamos.
Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.
Por: Cátia Silva Pinto | Núcleo de Comunicação e Imagem
Para conhecer outros projetos apoiados pelo COMPETE no âmbito do SIAC - Sistema de Apoio a Acções Colectivas, consulte o menu Áreas/Os Projetos em que Apostamos.
Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.
Por: Cátia Silva Pinto | Núcleo de Comunicação e Imagem
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