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OTEO - Observatório Tecnológico para as Energias Offshore

13.05.2014
  • Acções Colectivas

O projeto do “Observatório Tecnológico para as Energias Offshore” estabeleceu como estratégico o conhecimento nacional e internacional das tecnologias de aproveitamento energético "offshore" assim como das tecnologias de apoio tendo como princípio a sensibilização para os fatores críticos da competitividade e para o espírito empresarial.

Enquadramento
O reconhecimento do potencial existente nos oceanos, de forma particular não sustenta o desenvolvimento tecnológico que permita o seu aproveitamento energético. O desenvolvimento do setor das energias renováveis “offshore” envolve a participação de inúmeras entidades da cadeia de valor, assim como exige a criação de um ambiente político e social indicado para que esses mesmos desenvolvimentos ocorram. É neste ponto que o projeto OTEO revela a sua importância do ponto de vista estratégico.

A elaboração, tal como efetuada no projeto, de um estado da arte das tecnologias juntamente com uma caraterização tecnológica mais específica, inerente a cada tipo de aproveitamento de energia renovável “offshore”, ambos de carater único em Portugal, foi inevitável do ponto de vista estratégico. A identificação do que foi e está a ser desenvolvido a nível tecnológico foi complementada por uma análise da cadeia de valor portuguesa e uma análise técnico-económica do país.

Os documentos produzidos no âmbito deste projeto permitem conciliar uma visão sobre este setor a nível internacional e identificar pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças para a cadeia de valor nacional. A conjugação do conhecimento obtido acerca do passado e da atualidade do setor das energias renováveis “offshore” permite conceder uma visão sobre onde podemos e devemos estar no futuro.

Apoio COMPETE
O projeto OTEO foi apoiado pelo COMPETE no âmbito do Sistema de Apoio a Ações Coletivas, envolvendo um Investimento elegível de 313 mil Euros que correspondeu a um Incentivo FEDER de 219 mil Euros.

Segundo Tiago Morais, coordenador do projeto OTEO e responsável no INEGI pelo Grupo de Tecnologias para o Mar "este projeto só foi possível com o apoio do COMPETE, contribuindo para transformar Portugal num País que aproveita o potencial energético da sua costa e num produtor e exportador relevante das tecnologias de base e de suporte do setor”.

Promotores do Projeto
Iniciativa liderada pelo Instituto de Engenharia e Gestão Industrial (INEGI) em colaboração com o WavEC Offshore Renewables (WavEC) e o Pólo de Competitividade e Tecnologia da Energia (ENERGYIN).

INEGI – O INEGI é uma Instituição de interface entre a Universidade e a Indústria vocacionada para a realização de atividades de Inovação e Transferência de Tecnologia orientada para o tecido industrial que visa contribuir para o aumento da competitividade da indústria nacional através da investigação e desenvolvimento, demonstração, transferência de tecnologia e formação nas áreas de conceção e projeto, materiais, produção, energia, manutenção, gestão industrial e ambiente.

WavEC – O Centro de Energia das Ondas - Wave Energy Centre (WavEC) é uma associação sem fins lucrativos, vocacionada para o desenvolvimento e promoção da utilização da energia das ondas e eólica offshore e de outras formas de energia (a partir das macroalgas, correntes e marés, gradiante salino ou de temperatura, etc.) através de suporte técnico e estratégico a empresas, instituições de I&D, entidades governamentais e autoridades locais.

EnergyIN - O Pólo de Competitividade e Tecnologia da Energia é uma associação de direito privado sem fins lucrativos e tem como missão cooperar com as comunidades empresarial e científica do setor das energias renováveis e eficiência energética, em prol da competitividade da indústria nacional do setor energético, através de apostas adequadas em tecnologia e inovação, visando a criação de riqueza e de emprego qualificado e também a internacionalização das empresas.



Projeto OTEO
O projeto do “Observatório Tecnológico para as Energias Offshore” estabeleceu como estratégico o conhecimento nacional e internacional das tecnologias de aproveitamento energético "offshore" assim como das tecnologias de apoio tendo como princípio a sensibilização para os fatores críticos da competitividade e para o espírito empresarial.

Objetivos
Foram os objetivos do projeto as seguintes ações:

  1. Construção de um Diretório das Entidades Nacionais com competências no desenvolvimento de projetos de aproveitamento energético “offshore”;
  2. Criação de um “roadmap” tecnológico para desenvolver o sector nacional das energias renováveis “offshore”;
  3. Organização de eventos e de uma Conferência Internacional sobre o tema: “Energia “offshore”: Que soluções a desenvolver em Portugal?”
  4. Livro sobre Tecnologias de conversão de Energia “offshore”, a divulgar internacionalmente.


Entidades Envolvidas
Neste projeto foram envolvidas de forma direta mais de 70 entidades, com o intuito de se compreender os diversos pontos de vista das diferentes fases da cadeia de valor, desde a conceção até a instalação, operação e descomissionamento das tecnologias. Globalmente, estima-se que o projeto tenha envolvido de forma indireta mais de 300 entidades.

Distribuição do tipo de empresas/entidades com participação direta no projeto OTEO

Atividades desenvolvidas
A realização de um Congresso Internacional em Portugal sobre aproveitamento energético "offshore" foi um marco no desenvolvimento do projeto OTEO. A elaboração de “round-table workshops” favoreceu a interação entre entidades com interesses no setor das energias renováveis offshore permitindo identificar e validar algumas das conclusões deste projeto.

A existência de algumas limitações, como na oferta de embarcações para instalação, operação e manutenção das tecnologias para o aproveitamento energético “offshore”, nas infraestruturas de teste e na reduzida dimensão de grande parte dos estaleiros portugueses que exercem a sua atividade de reparação e construção naval, são algumas das principais ameaças encontradas. No entanto é notória a existência de disponibilidade por parte das instituições para ultrapassar estas barreiras.

As participações de entidades portuguesas em projetos de energia renovável “offshore” são pontuais apesar de Portugal ser um país pioneiro nesta forma de aproveitamento de energia. Em comparação com outros países com elevado potencial energético, Portugal apresenta características excecionais para o desenvolvimento deste setor, das quais se destacam a característica da nossa costa (recurso energético médio alto, águas profundas relativamente próximas da costa), da disponibilidade das infraestruturas de suporte ao longo da costa (portos, estaleiros de reparação naval e proximidade à rede eléctrica nacional) e de relevantes conhecimentos técnico-científicos nesta área.

No entanto, existe dificuldade em elaborar um plano de trabalhos continuado nesta área, principalmente por falta de estabilidade no setor. Exemplo disso são as recentes modificações das metas nacionais para 2020 de 75 MW e 250 MW na energia eólica e ondas, respetivamente, para 27 MW e 6 MW.

O “roadmap tecnológico” e o livro ““Offshore Renewable Energy – Current Status. Future Perspectives for Portugal” desenvolvidos no âmbito deste projeto têm como objetivo evidenciar os principais problemas do desenvolvimento das energias renováveis offshore, ao mesmo tempo que procuram estabelecer o caminho para que seja possível o desenvolvimento deste setor, mostrando o potencial valor acrescentado destas formas de aproveitamento de energia renovável offshore.

Por fim, importa referir que o projeto OTEO foi mais um passo importante no desenvolvimento do setor das energias renováveis offshore em Portugal.