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Projeto EFINERG aponta caminhos de sustentabilidade e eficiência às PME

15.01.2013
  • Acções Colectivas

Está na altura de as PME industriais portuguesas repensarem a relação que mantêm com a energia enquanto variável de competitividade. Esta é, em linhas gerais, a recomendação mais premente que fica deste projeto.

1. Enquadramento

Promovido pela AEP e pelo IAPMEI e apoiado pelo COMPETE (Programa Operacional Fatores de Competitividade) no âmbito do Sistema de Apoio a Ações Coletivas (SIAC), o projeto EFINERG envolveu um investimento elegível de 866 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de 665 mil euros.

O projeto visou promover a melhoria da eficiência energética nas PME procurando a melhoria da competitividade dos sectores em estudo, bem como contribuir para a implementação do Plano Nacional para a Eficiência Energética (PNAEE).

2. O projeto

- Âmbito

O projeto EFINERG visou, através de novas abordagens integradas:

  • Apoiar a concretização dos objetivos fixados no PNAEE e alertar as empresas para a eventualidade de virem a ser abrangidas pelo SGCIE (Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia), através de uma contribuição significativa do segmento representado pelas PME;
  • Proporcionar às PME um enquadramento coerente e integrado no QREN, orientado especificamente para a eficiência e diversificação energéticas, através da identificação de cenários de apoio à implementação de projetos de investimento convergentes com as oportunidades de melhoria detetadas;
  • Criar condições favoráveis ao alavancamento do desempenho energético nas empresas com consumos anuais significativos, especialmente aquelas que apresentam consumos equivalentes localizados entre 250 e os 500 TEP (toneladas equivalentes de petróleo), atuando em sectores em que o fator energia assume um peso significativo na sua capacidade competitiva;
  • Estruturar um plano que facilite a implementação do PNAEE junto das PME, constituindo-se como estratégia coletiva.

- Objetivos

Estratégicos:

  • Contribuir para que sejam atingidos os objetivos fixados no PNAEE;
  • Reduzir a Intensidade Energética e Carbónica das atividades empresariais;
  • Aumentar a sustentabilidade e a competitividade do tecido empresarial, especificamente das PME.

Operacionais:

  • Promover um enquadramento mais favorável à atividade das PME no domínio da utilização da energia;
  • Definir e propor a implementação de estratégias sectoriais de eficiência energética;
  • Reforçar a capacitação das empresas para a implementação de diretivas e de regulamentos relativos à energia, sua produção e utilização;
  • Induzir a adoção de melhores práticas de eficiência energética e a eventual realização de projetos de I&DT, tendo em vista ganhos de competitividade;
  • Identificar as formas e meios de comunicação que possam maximizar o sucesso na difusão da mensagem da Eficiência Energética, nomeadamente da estratégia a propor para as PME;
  • Disseminar e partilhar resultados, de modo a gerar um movimento prolongado de atuação nesta temática, por um lado, e a apropriação dos resultados alcançados no projeto por um número alargado de interessados, por outro.

- Ficha Resumo

Designação do Projeto:   EFINERG     
Domínio de Intervenção: Energia, Ambiente e Responsabilidade Social
Área(s) de Intervenção: Eficiência e Diversificação Energéticas
Área(s) de Projeto: Sensibilização para a Eficiência Energética

- Atividades

  1. Caracterização Energética dos Sectores em Estudo e Casos de sucesso
  2. Benchmarking Internacional
  3. Visão Prospetiva
  4. Estudo da Eficiência Energética nos Sectores e Relatório do estudo
  5. Criação de um “Fórum para a Eficiência Energética nas PME”
  6. Edição da Estratégia de Implementação de Medidas de Eficiência Energética em PME


1. Caracterização Energética dos Sectores em Estudo e Casos de sucesso

Foi realizada uma caracterização dos sectores em análise (Têxtil e Vestuário, Metalomecânica, Madeira, Mobiliário e Cortiça, Vidro e Cerâmica e Agro-Alimentar), muito focalizada na energia e na eficiência energética, num enquadramento específico para PME. Foram identificados os aspetos que são transversais a todos os sectores e que permitam a identificação de sinergias entre os mesmos. Foram realizados cinco estudos sectoriais. Para cada setor foram identificados casos de sucesso que resultaram da recolha de informação realizada no âmbito das visitas diagnóstico às empresas.

2. Benchmarking Internacional

Esta atividade identificou boas práticas empresariais, casos de sucesso setoriais e políticas públicas ao nível internacional, procurando uma comparação com as práticas ao nível nacional.
Procurou-se identificar casos de sucesso, não só ao nível empresarial, mas também, e principalmente, na implementação de estratégias de eficiência, com a necessária influência sobre os hábitos e atitudes dos empresários e outros stakeholders face a este fator de competitividade.

3. Visão Prospetiva

O projeto pretendeu obter um grande envolvimento com os principais atores de cada região. Nesse sentido, o levantamento efetuado foi completado por uma visão prospetiva sobre as principais tendências de desenvolvimento das regiões e do país e a forma como cada ator interpreta “A energia como vetor estratégico nas PME em 2020”.

4. Estudo da Eficiência Energética nos sectores e Relatório do estudo

Esta atividade compreendeu três fases distintas:

1. Definição do inquérito
Tendo em consideração os setores a estudar e a informação a recolher foi estruturado um inquérito e efetuada a respetiva validação.

2. Realização do Inquérito (Diagnóstico Flash)
Foram realizados os inquéritos a 125 empresas, tendo a seleção das empresas onde foram aplicados os diagnósticos flash sido feita atendendo a critérios que atendem aos seus consumos, ao sector de atividade e à localização das unidades industriais, sendo:
• Consumo anual superior a 250 tep, mas não excedendo 500 tep (toneladas equivalentes de petróleo) limite a partir do qual se encontram já abrangidas pelo SGCIE);
• Integrar um dos seguintes sectores:
o Têxtil e Vestuário;
o Metalomecânica;
o Madeira, mobiliário e cortiça;
o Vidro e cerâmica;
o Agro-alimentar.
• Estarem situadas nas Regiões Norte, Centro ou Alentejo.
Foram identificadas empresas com consumos superiores a 500 tep e inferiores a 250 tep, que foi devidamente avaliada a sua inclusão no estudo, tendo em conta as características do setor e a sua importância para a amostra.

3. Relatório do Estudo
Atendendo à dimensão da amostra, torna-se necessário efetuar uma síntese da informação obtida, tendo-se optado pela realização de sínteses sectoriais, a partir das quais se procurará uma generalização para o universo global das PME.

4. Criação de um “Fórum para a Eficiência Energética nas PME

Foi criado de um “Fórum para a eficiência energética nas PME” baseado numa comunidade formada por instituições de referência, relacionadas com as empresas e com a energia, que suportam a sua dinâmica competitiva no conhecimento e no saber, tendo sido possível juntar o meio académico e o meio empresarial. É possível aceder ao fórum através do site do projeto.

5. Edição da Estratégia de implementação de medidas de eficiência energética em PME

Na fase final do projeto foi preparado um documento de síntese, que reúne toda a informação recolhida e produzida. Com base neste documento, foi elaborada uma proposta de estratégia de implementação de medidas de melhoria da eficiência energética nas PME, estratégia esta que foi submetida para discussão pública enquadrada em sessões setoriais de apresentação e discussão de resultados.

3. Resultados e Impacto

Apesar de Portugal estar na liderança europeia no que à legislação na área da energia diz respeito, os resultados concretos da implementação de medidas de eficiência energética, nomeadamente da aplicação do PNAEE (Plano Nacional para a Eficiência Energética), estão ainda longe dos objetivos fixados.

Um dos efeitos coletivos de maior impacto é o de as instituições envolvidas na temática da energia, nomeadamente o Pólo de Competitividade e Tecnologia da Energia, passarem a ter no Fórum um interlocutor credível e privilegiado no interface com as empresas.

As Acções Colectivas, implicando processos de cooperação e partilha de interesses, obrigam a mudanças substanciais na organização e na partilha de recursos das entidades envolvidas, pelo que uma vez desenvolvidos e provada a sua eficácia, são auto sustentados pelos resultados que se obtêm, originando na maior parte dos casos, um aprofundamento da cooperação, da partilha e da integração, criando valiosas sinergias.

O projeto teve impactos positivos, em termos económicos e coletivos, uma vez que conseguiu:

  • Alterar a atitude efetiva dos empresários relativamente à energia e à eficiência energética e que contribuiu para a implementação de medidas concretas que resultem numa melhor eficiência energética e consequentemente para a redução da fatura de energia das empresas;
  • Melhorar a adesão das empresas aos instrumentos disponibilizados pelo Governo para implementação nas empresas de ações relacionadas com a energia, a eficiência energética.

4. Parcerias

Este projeto contou com o apoio de entidades como:

  • ENERGYIN - Pólo de Competitividade e Tecnologia da Energia
  • ADENE - Agência para a Energia
  • RECET - Rede de Centros Tecnológicos de Portugal
  • CTCV - Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro
  • CATIM - Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica
  • CITEVE - Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal
  • LNEG - Laboratório Nacional de Energia e Geologia

Por: Cátia Silva Pinto