Síntese
A ideia deste projecto surgiu, por um lado por existir muito pouco no domínio do audiovisual sobre a biodiversidade dos sistemas húmidos portugueses e por outro porque para sensibilizar para a sua preservação nada melhor do que mostrar a sua importância e beleza.
As filmagens decorreram sobretudo na Ria de Aveiro, sistema húmido cuja importância para a biodiversidade é reconhecida pelos vários estatutos de protecção especial que lhe estão atribuídos, particularmente devido à avifauna.
Foram produzidos e realizados quatro documentários, com cerca de 20 minutos cada:
- “Viajantes do Ar”;
- “Nascer na Ria”;
- “A Cegonha-branca”;
- “A Ria por Dentro”.
Enquadramento no COMPETE
O projeto “Do Ar à Água” contou com o apoio do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional), no âmbito do COMPETE - Programa Operacional Factores de Competitividade e por fundos nacionais, através da Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.
Trata-se de um projeto no âmbito do SAESCTN - Sistema de Apoio a Entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, com um investimento elegível de 185 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de cerca de 158 mil euros.
Segundo Ana Maria Rodrigues, responsável pelo projeto, “o apoio do COMPETE foi fundamental para a concretização dos objetivos já que permitiu à equipa melhorar o leque de equipamento que possuía para o efeito, adquirir experiência e, mais importante, gosto na filmagem da vida selvagem. Tal, poderá envolver alunos no futuro e irá contribuir não só para um melhor conhecimento da Biodiversidade do País mas também para uma maior produção nacional de documentários científicos”.
Descrição
. Porquê este projeto?
Este projeto surgiu com o objectivo de dar a conhecer um pouco da biodiversidade do país. Existem excelentes documentários e fotos fascinantes sobre o Mundo Natural mas são usualmente produzidos em zonas particularmente ricas em biodiversidade, distantes, que a maioria dos cidadãos nunca terá oportunidade de visitar e tal pode provocar uma atitude de deslumbramento mas também de passividade. Mostrar o que temos, muitas vezes “ao virar da esquina” é mais real e, por isso, mais fácil de perceber o que se perde ou o que se ganha em função de determinadas opções de intervenção nos ecossistemas ou na exploração dos seus recursos.
Dar a conhecer um pouco sobre biodiversidade da Ria de Aveiro, particularmente das espécies de aves e de invertebrados, é o principal objetivo deste projeto.
. Porquê filmar as aves?
A Ria de Aveiro é uma das zonas húmidas mais importantes do País e é uma área de particular interesse para a conservação da natureza e da biodiversidade. Os diversos habitats da Ria permitem o estabelecimento de numerosas espécies e a sua importância para a avifauna é reconhecida nacional e internacionalmente; os invertebrados fazem parte da dieta de muitas espécies e alguns deles são recursos naturais importantes para a economia da região. Para além disso a Ria está “mesmo ao lado”, o que é conveniente quando os recursos não são muitos.
Documentários
O conjunto de documentários produzidos no âmbito deste projeto será emitido no canal público, na RTP 2, durante o primeiro trimestre de 2014.
• “Viajantes do Ar”, foi exibido no passado dia 19 de Dezembro de 2013, aborda a riqueza da avifauna da Ria de Aveiro e, de um modo geral, as características que adaptam as aves ao voo, essa fantástica capacidade que lhes permite dominar o ar e que nos fascina desde tempos remotos;
• “Nascer na Ria” engloba três histórias de espécies de aves protegidas que se reproduzem na Ria de Aveiro: a Andorinha-do-mar-anã, o Perna-longa e a Garça-vermelha;
• “A Cegonha-branca” documenta a vida no ninho desta espécie, com a qual temos uma relação de simpatia muito particular e,
• “A Ria por Dentro” aborda algumas das espécies de invertebrados da Ria, muitas delas pouco conhecidas já que vivem enterradas na areia, ou na lama, ou nos fundos sempre cobertos de água.
“No seu conjunto, os documentários têm como objetivo dar a conhecer aspetos sobre a biodiversidade, em particular da Ria de Aveiro, uma zona húmida de beleza paisagística única no país”, refere Ana Maria Rodrigues, bióloga da Universidade de Aveiro. A responsável pelo projeto, em conjunto com o biólogo, Victor Quintino, acrescenta que todos os filmes “pretendem sensibilizar o público para a necessidade de gerir de forma equilibrada os recursos naturais da Ria, de modo a não pôr em causa o seu património natural”.
Equipa
Nos documentários da Universidade de Aveiro colaboraram o Departamento de Biologia (DBio), o Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), os STIC-audiovisuais e o IDAD - Instituto do Ambiente e Desenvolvimento.
A equipa é constituída por Ana Maria Rodrigues e Victor Quintino (DBio/CESAM), Fernando Leão (IDAD), Gilberto Vasco, Luis Melo, João Oliveira e Pedro Henriques (STIC) e Mariana Sousa Santos, Rui Pedro Lamy e Paula Pérez (bolseiros do projeto).
O grupo contou ainda com a colaboração da jornalista Catarina Lázaro, de Vítor Teixeira (SCIRP, UA) e de Fernando Rodrigues.
Conclusão
Para a equipa este projeto foi desafiante! Apesar do conhecimento sobre a biodiversidade da Ria de Aveiro e a experiência na produção de conteúdos audiovisuais, filmar aves que não gostam muito da proximidade de humanos, invertebrados que vivem enterrados ou debaixo de uma água que nada tem de transparente e conciliar tudo isto com as marés, com a chuva, o frio, o calor…e com a sazonalidade das migrações e reprodução dos animais não foi tarefa fácil!
A equipa está, contudo, satisfeita com o resultado e muito melhor preparada para futuros desafios…
Para conhecer outros projetos apoiados pelo COMPETE no âmbito do SAESCTN - Sistema de Apoio a Entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, consulte o menu "Áreas/Os Projetos que Apoiamos".
Por: Cátia Silva Pinto | Núcleo de Comunicação e Imagem
Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.