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Administração de fármacos: Bluepharma inova com soluções terapêuticas

10.02.2015
  • Compete , Incentivos às Empresas
  • I&DT

Sérgio Paulo Simões, coordenador do projeto Blue-OS, revela a mais-valia que se pode retirar deste projeto de Investigação & Desenvolvimento Tecnológico e a importância do apoio do COMPETE.

projeto Blue-OS
projeto Blue-OS
1. Síntese

Na primeira pessoa, Sérgio Paulo Simões, coordenador do projeto, revela que o projeto Blue-OS foi concebido para reforçar uma nova linha de investigação da Bluepharma centrada no desenvolvimento de medicamentos inovadores e que garantisse também o estabelecimento da rede necessária ao ganho de competências para o sucesso da execução do projeto. Trata-se de um projeto complexo, com uma equipa de projeto com peritos nas áreas regulamentar, clínica, patentes, analítica, formulação e fabrico. Um dos objetivos é chegar à prova de conceito através da realização de ensaios clínicos, o que representa um investimento significativo de recursos humanos e materiais. Os novos produtos e tecnologias a emergir do projeto serão licenciados à escala internacional, captando mais-valias não só para a Bluepharma como para a economia do país através da criação de emprego qualificado e por arrastamento do tecido económico nacional.

O apoio do COMPETE tem permitido à Bluepharma investir de forma continuada e sustentada em:

  • Atividades de I&D centradas na identificação de novos projetos de investigação e desenvolvimento.
  • Internacionalização através da conquista de novos mercados, mantendo sempre presente o cumprimento dos mais rigorosos parâmetros de qualidade.
  • Parcerias que asseguram a permuta de conhecimento, a partilha de riscos e um acesso rápido a uma rede de clientes.
  • Inovação em produtos, processos, modelos de negócio e metodologias de gestão.

 

2.Enquadramento no COMPETE

> Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico

Apoiado pelo COMPETE no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, o projeto Blue-OS envolveu um investimento elegível de 1.086.719€ e um incentivo FEDER de 368.957€.

 

3. Descrição do projeto | Blue-OS - filmes poliméricos para administração de fármacos: soluções terapêuticas para necessidades médicas não satisfeitas

3.1. Enquadramento

As novas tecnologias de entrega de fármacos representam uma das principais áreas de investigação e desenvolvimento da indústria farmacêutica. Apesar de ser uma área bastante competitiva na indústria farmacêutica, permanece a necessidade de implementação de novos sistemas de entrega de fármacos não invasivos devido à fraca aceitação e adesão de certos grupos de doentes perante alguns regimes terapêuticos existentes.

A via oral continua a ser o meio de administração de fármacos preferido para a maioria dos doentes dada a sua conveniência, representando a maior fatia do mercado (> 52%) e a expectativa é que o seu valor atinja os 90 mil milhões de euros em 2016. No entanto, os comprimidos e cápsulas apresentam algumas limitações quando administrados a: idosos, crianças ou outros grupos populacionais com problemas de deglutição (disfagia); doentes com necessidades especiais como são o caso de doentes mentais (não-cooperantes); doentes com náuseas e vómitos; pacientes com doenças degenerativas ou viajantes sem acesso a líquidos. Estes grupos populacionais têm muita dificuldade em engolir e apresentam, por isso, baixa adesão à terapêutica para formas orais sólidas convencionais, o que se traduz num baixo índice terapêutico nestas doenças.

No sentido de responder às necessidades específicas destes doentes, a Bluepharma tem vindo a desenvolver uma inovadora plataforma tecnológica na forma farmacêutica de película orodispersível (BlueOSâ). Uma película orodispersível consiste num filme ultrafino com um tamanho aproximado de um selo e que se desintegra rapidamente na boca sem necessitar de água. Em relação às formas orais convencionais, as películas orodispersíveis incorporam um elevado potencial tecnológico, inúmeras vantagens do ponto de vista clínico, do mercado e das necessidades específicas dos doentes (patient-centered). Alguns dos seus benefícios reconhecidos e características especiais são: a clara melhoria da adesão à terapêutica; a conveniência e facilidade de administração por ser muito fácil de deglutir; a flexibilidade da dose, o potencial para aumentar a biodisponibilidade oral dos fármacos veiculados e desta forma reduzir os seus efeitos secundários e a possibilidade de proporcionar um início de ação mais rápido.

3.2 Objetivos

1)    Desenvolver dois novos medicamentos na forma farmacêutica de película orodispersível de doenças com necessidades médicas não satisfeitas ao facilitar a sua administração e melhorando o seu perfil de segurança relativamente aos medicamentos atualmente comercializados com os mesmos fármacos. 

2)    Realizar a prova de conceito clínica desta inovadora plataforma tecnológica (BlueOSâ). 

3)    Assegurar a proteção e valorização da propriedade intelectual gerada. 

4)    Reforçar a posição competitiva da empresa no mercado global, através do desenvolvimento de produtos inovadores de maior valor acrescentado que irão contribuir para uma maior diferenciação da empresa em relação a uma concorrência cada vez maior e mais sofisticada.

3.3 Principais Resultados

Foi possível desenvolver uma tecnologia inovadora capaz de incorporar fármacos de todas as classes biofarmacêuticas, com uma capacidade de incorporação de fármaco até 60% (muito superior ao valor padrão de 30%) e com boas propriedades organolépticas.

Na sequência do desenvolvimento da plataforma tecnológica BlueOSâ, pela Bluepharma, foi submetida uma patente nos Estados Unidos (U.S. Patent Application No: 14/448,438, ORAL DISPERSIBLE FILMS).

Os contactos que têm vindo a ser efectuados com potenciais clientes revelam um grande interesse pela tecnologia e boas perspectivas de licenciamento.

 

4. Links
Site: https://www.bluepharma.pt/

 

Para conhecer outros projetos apoiados pelo COMPETE no âmbito do Sistema de Incentivos à I&DT, consulte o menu Áreas/Os Projetos em que Apoiamos.

Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.                                                                   

Por: Cátia Silva Pinto | Núcleo de Comunicação e Imagem