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AGROMIX - Avaliação da toxicidade de misturas de compostos químicos em solos agrícolas

01.07.2014
  • Ciência e Conhecimento

Uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro analisou os efeitos de misturas de pesticidas utilizadas em larga escala, concluindo que estas misturas podem prejudicar os organismos que regeneram o ecossistema terrestre, pondo em causa a saúde dos solos nacionais.

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Enquadramento

Nos dias de hoje, os conflitos entre a agricultura e a qualidade do ambiente estão em crescimento e estão focados maioritariamente na utilização de agro-químicos, na alteração da biodiversidade, nos recursos genéticos, nas alterações climáticas e na qualidade da água.


Uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro (UA), liderados pela investigadora Susana Loureiro, analisou e testou os efeitos de misturas de pesticidas utilizadas em larga escala e verificou que estas podem prejudicar o equilíbrio da fauna e da flora.



Projeto AGROMIX

O objetivo do projeto foi o de avaliar as respostas de organismos e plantas, expostos a misturas de químicos, como é o caso de pesticidas e elementos metálicos presentes em fertilizantes. Estas respostas (e.g. crescimento da planta, ação de evitar por parte de animais ou o esforço reprodutivo) foram introduzidas em modelos que descreviam as interações entre químicos com modos de ação semelhantes ou díspares.


As conclusões do estudo, agora conhecidas, correspondem ao resultado de uma série de hipóteses que foram testadas:


1) Químicos com modo de ação semelhantes apresentam comportamentos de “adição da concentração” dentro de uma mistura?
2) Químicos com modo de ação díspares apresentam comportamentos de “ação independente” dentro de uma mistura?
3) Poderão as bio-ferramentas (ensaios e modelos) ser usadas para prever este tipo de comportamento químico?


A resposta a estas perguntas permite adotar novas abordagens para:


1) avaliar cenários com possível contaminação proveniente da agricultura;
2) prevenir o aumento de toxicidade em solos devido ao adicional uso de outros compostos químicos;
3) melhorar a qualidade dos solos e da saúde humana.


Resultados do Estudo

A equipa de investigação envolvida no projeto concluiu que algumas misturas de pesticidas usados na agricultura podem provocar efeitos nefastos nos organismos que regeneram o ecossistema terrestre e, por isso, colocarem em causa a saúde dos solos nacionais.


Organismos como bichos-de-conta, minhocas e outros invertebrados benéficos para o solo sofrem danos ao nível do sistema nervoso central e devido a stress oxidativo, acabando por morrer, nalguns casos, ao fim de algumas horas de exposição a misturas de moluscicidas, vulgarmente chamados de “remédio dos caracóis”. Este não seria um efeito previsto, tendo em conta que estes organismos não são o alvo do produto.



Apoio COMPETE
O projeto coordenado por Susana Loureiro, investigadora no Departamento de Biologia e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da UA é financiado por Fundos FEDER através do Programa Operacional Fatores de Competitividade – COMPETE e por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do Sistema de Apoio a Entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SAESCTN) e envolveu um investimento elegível de 124 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de 105 mil euros.

 

Por: Célia Pinto | Núcleo de Comunicação e Imagem

Nota: Artigo publicado com a colaboração da Entidade promotora do projeto