A bioenergia foi um dos temas em destaque na Green Business Week, com uma sessão dedicada a este recurso endógeno. Durante a mesma foi apresentado o projecto Bioatlas, coordenado pela Inteli, que pretende agrupar um conjunto de informação sobre este sector que possa ser útil, enquanto ferramenta, para empresas, investidores, silvicultores e até agricultores, com vista à promoção desta energia em Portugal. Segundo Tiago Ferrão, coordenador do programa de energia da Inteli, trata-se de "um conjunto de layers de informação, que, na nossa opinião, vão ser úteis para quem quiser investir ou comprar ou fazer uso deste sector em Portugal. É basicamente a promoção desta bioenergia, que até agora não encontramos em Portugal e que também é difícil encontrar na Europa", afirmou à Ambiente Magazine.
O projecto surgiu então com a necessidade de responder a algumas questões frequentes, tanto a nível interno, como ao nível de entidades externas e algumas empresas estrangeiras. Perguntas como "que recursos existem?", "quantidade de recursos disponível?", "logística que pode estar associada ao processamento desses mesmos recursos?", "onde estão as instalações que o podem transformar?" ou ainda "que emissões de CO2 estão associadas à transformação?".
"Partiu de uma necessidade que nós observámos dentro e fora do país relativamente a saber onde está este recursos que pode ser utilizado para biocombustíveis em Portugal", explicou."A nossa esperança para a autonomia energética é sempre nas nossas fontes endógenas. Portugal tem uma área florestal incrível e uma área de terrenos que não está a ser utilizada que é brutal. Se conseguíssemos transformar essas áreas em áreas produtivas, a quantidade de energia que conseguiríamos produzir provavelmente seria muito interessante. A biomassa já é a energia renovável de mais peso, cerca de 70% da energia renovável ainda é biomassa".
A divulgação decorreu durante a Green Business Week, contudo o primeiro beta da plataforma foi lançado recentemente internamente. "Estamos a tentar corrigir erros, a tentar trabalhar os dados. Tem sido difícil, este tipo de dados não está disponível em Portugal com muita facilidade e implica a colaboração de muitas empresas. Agora vamos demorar ainda alguns meses a conseguir limpar estes dados todos e disponibilizá-los".
Depois seguem-se mais duas fases, uma relacionada com a capacidade de cálculo, tendo num ponto do mapa todas as informações a respeito desse mesmo local, e uma terceira fase em que será permitida uma simulação, de forma a perceber o impacto que iria ter no sector a criação de alguma central naquela área. Uma ferramenta de informação que, de acordo com o responsável, será gratuita durante cinco anos. "Esperamos que seja um contributo válido para o sector". Esta ferramenta do Bioatlas será apresentada no próximo dia 29 de Maio, dia nacional da energia, em Portalegre, no âmbito da iniciativa Bioenergia Portugal 2015.
Fonte: Ambiente Magazine