BioRec: o sistema de reconhecimento biométrico automático e não cooperativo
06.01.2015
A segurança é uma preocupação fundamental. Um sistema capaz de identificar uma pessoa de forma automática e sem necessitar da sua cooperação é altamente desejável. É este o âmbito do projeto “BioRec”, cofinanciado pelo COMPETE.
BioRec: o sistema de reconhecimento biométrico automático e não cooperativo
1. Síntese |
1.1 Âmbito
O projeto "BioRec - Reconhecimento Biométrico Não-Cooperativo Multimodal" incidiu no estudo da possibilidade da realização do reconhecimento biométrico multimodal não cooperativo à distância. Até há bem pouco tempo, os sistemas de reconhecimento biométrico eram todos cooperativos, ou seja, requeriam a colaboração do sujeito a reconhecer. Um exemplo, é o uso dos sensores de impressão digital em que o sujeito tem que ter conhecimento do sistema biométrico e colaborar com o mesmo através da colocação do seu dedo no leitor de impressão digital e, caso a mesma não seja lida corretamente, voltar a colocar o dedo até que se obtenha um reconhecimento correto. Mas existem situações em que seria importante conseguir efetuar reconhecimento biométrico não-cooperativo. Podemos imaginar um sistema destes instalado num aeroporto ou num centro comercial que tente reconhecer um conjunto de pessoas consideradas pelas autoridades como relevantes (terroristas ou crianças desaparecidas, por exemplo), ignorando as demais.
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1.2 Objetivo
O objetivo deste projeto passava pelo desenvolvimento de técnicas de reconhecimento biométrico que funcionassem sem o conhecimento nem a cooperação do sujeito a identificar. E se possível, fazê-lo a alguma distância (alguns metros) e usando mais que uma modalidade de reconhecimento (usámos imagens da íris, da face no comprimento de onda visível e no infravermelho e ainda imagens da orelha).
Trabalhar nestas condições implica ter algoritmos de reconhecimento capazes de lidar com imagens de baixa qualidade (ruidosas). O trabalho realizado permitiu desenvolver vários algoritmos que para as várias modalidades, permitem efetuar este tipo de reconhecimento. Demos início à construção de uma base de dados de imagens de orelhas captadas nestas difíceis condições (UBEAR) e aumentamos o tamanho de outra já existente de imagens da íris (UBIRIS), sendo que além do uso que foi dado neste projeto, estas bases de dados são também usadas por milhares de investigadores espalhados pelo mundo. Como exemplo, podemos citar o caso da UBIRIS, a base de dados de imagens ruidosas da íris, captadas à distância, que conta hoje em dia com mais de 1900 utilizadores registados provenientes de 82 países.
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1.3 Resultados
Como resultado deste projeto, 3 alunos completaram as suas teses de mestrado, foram publicados 8 em revistas científicas internacionais e 11 em conferências internacionais, onde foram apresentados os novos métodos desenvolvidos, além da disponibilização das bases de dados de imagens biométricas.
Para mais detalhes sobre o projeto e as publicações, consulte o link: http://www.di.ubi.pt/~lfbaa/biorec.html.
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2. Enquadramento no COMPETE |
> Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico
Apoiado pelo COMPETE – Programa Operacional Factores de Competitividade no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (SI I&DT), o projeto “"BIOREC - Reconhecimento Biométrico Não-cooperativo Multimodal" envolveu um investimento elegível de 130 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de cerca de 111 mil euros.
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> Testemunho de Luís A. Alexandre | Prof. Associado no Departamento de Informática da UBI
“O apoio concedido foi fundamental para possibilitar a realização deste projeto. Isto porque foi necessário adquirir equipamentos e pagar a bolseiros (tivemos 14 neste projeto) além das outras normais despesas de um projeto de investigação, que seriam incomportáveis para o nosso grupo de investigação sem o enquadramento deste projeto e o apoio do COMPETE”.
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Para conhecer outros projetos apoiados pelo COMPETE no âmbito do Sistema de Incentivos à I&DT, consulte o menu Áreas/Os Projetos em que Apoiamos.
Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.
Por: Cátia Silva Pinto | Núcleo de Comunicação e Imagem
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