Na última década, Portugal viveu um claro processo de catching-up em direção à fronteira tecnológica, enfrentando o desafio de construção de um sistema de inovação capaz de fornecer novas vantagens competitivas, potencialmente indutoras de uma trajetória sustentável de desenvolvimento e de uma economia crescentemente baseada no conhecimento.
“Os apoios concedidos no âmbito do COMPETE à I&DT empresarial são muito relevantes, consubstanciando uma das principais consecuções do Programa. O efeito de incentivo que lhe é subjacente leva a acreditar que o contributo do Programa para o aumento das despesas de I&DT empresarial é muito significativo”. (Estudo de Avaliação Intercalar do COMPETE, Relatório Final, nov.2013).
O investimento empresarial em I&DT apoiado pelo COMPETE até ao final de fevereiro de 2014 atingiu os 836 milhões de euros, correspondendo a 423 milhões de euros de incentivo FEDER.
De acordo com o relatório de avaliação referido o COMPETE está a promover nas regiões de convergência o investimento empresarial em I&DT. Esta conclusão é corroborada pelos dados obtidos através do inquérito realizado neste processo de avaliação a promotores de projetos apoiados nos Sistemas de Incentivos, que evidenciam um aumento de cerca de 25% das despesas de I&DT entre o ano pré-projeto e o ano pós-projeto nas empresas apoiadas no âmbito do SI I&DT, 21% do qual induzido diretamente em função dos projetos apoiados pelo COMPETE.
O mesmo relatório evidencia que mais de metade do investimento apoiado pelo COMPETE (e, igualmente, pelos PO Regionais) em I&DT empresarial (via SI I&DT) ocorreu na NUT II do Norte e que a dinâmica do investimento em I&DT empresarial entre as três regiões de convergência foi muito diversa, com o Norte a apresentar no período 2007-2011 uma taxa de variação média anual na evolução daquela variável de 11%, mas o Centro a apresentar uma taxa de variação anual nula e o Alentejo a apresentar uma taxa de variação anual (negativa) de -11,4.
Relativamente aos sectores de incidência, verifica-se que os projetos apoiados potencialmente indutores do aumento da articulação entre empresas e centros de conhecimento se têm focado sobretudo em áreas ligadas aos serviços empresariais (software e serviços TIC, serviços de engenharia, serviços de I&DT), embora sejam também frequentes em atividades ligadas às indústrias metálicas, às indústrias mecânicas e eletrónicas, às indústrias da madeira, cortiça e mobiliário e às indústrias alimentares, o que leva a equipa de avaliação a considerar desejável que seja priorizada no futuro uma maior orientação destes projetos para atividades industriais fortemente intensivas em tecnologia, sempre que possível envolvendo multinacionais com presença em cadeias globais de valor.
Destaque para a tipologia dos projetos de I&DT em Co-Promoção, que potencia o reforço da articulação e cooperação entre o tecido empresarial e os centros de saber, bem como a aceleração da difusão, transferência e utilização de tecnologias, conhecimento e resultados de I&DT por parte das empresas. O COMPETE aprovou (dados a fevereiro 2014) 398 co-promoções, envolvendo um investimento elegível de 318 milhões de euros, correspondendo a 203 milhões de euros de incentivo FEDER. Cerca de 38% destas co-promoções são exclusivamente de base regional (quase todas no Norte ou no Centro), apresentando um forte potencial para ajudar a consolidar e a afirmar os sistemas regionais de inovação associados. As restantes são de natureza multi-regional, potenciando a consolidação do sistema nacional de inovação.