"A indústria têxtil tem umas 30 empresas com perfil para acederem ao mercado bolsista e que podem usar o mercado de capitais como forma de financiamento alternativo ao crédito bancário", diz Paulo Vaz, diretor-geral da ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, que hoje assinou um protocolo com a NYSE/Euronext.
Na análise da ATP, apostada em sensibilizar os empresários para este caminho alternativo à banca, o sector terá um universo de 30 empresas estruturadas, com um volume de negócios real ou potencial de 100 milhões de euros, marcas e produtos próprios, gestão profissional, "bem geridas e rentáveis" que poderão financiar-se no segundo mercado e no mercado de obrigações.
Se a liquidez e o acesso ao crédito continuam a travar o crescimento dos negócios e a competitividade das empresas exige o investimento contínuo em equipamento, tecnologia, marcas, marketing e presença em feiras internacionais, "esta pode ser uma forma de abrir mentalidades e caminhos", sublinha Paulo Vaz.
Marcas do passado
No passado, no final dos anos 80 e início da década de 90, apesar da base familiar ser um traço comum à fileira, o sector têxtil chegou a estar presente em bolsa com algumas empresas e a protagonizar várias OPV (Operação Pública de Venda).
Um dos exemplos dessa fase é a Lameirinho. Com uma rápida passagem pela lista de empresas cotadas e reduzida dispersão, acabaria, no entanto, por perder a sua qualidade de sociedade aberta já em 2000, depois da oferta lançada pela família Coelho de Lima.
Já unidades como a Têxtil Luís Correia, VilaTêxtil, Foncar, Estamparia Império, Fiaco ou Amieiros Verdes protagonizaram experiências menos felizes que poderão, até, ter influenciado o afastamento de outras empresas do sector do mercado bolsista.
Investir na internacionalização
O acordo entre a ATP e a NYSE/Euronext foi assinado no âmbito do Salão Modtissimo, organizado pela ASM - Associação Selectiva Moda, uma entidade detida pela ATP e que com o apoio do QREN promove e apoia financeiramente a participação dos empresários nacionais em várias feiras de moda especializadas e direcionadas para o seu negócio.
Este ano, com um investimento de 9 milhões de euros, o programa de internacionalização da Selectiva Moda apoia a participação de de 170 empresas em 75 feiras de 35 países.
Fonte: Expresso