Enquadramento
O objetivo, anunciado pelo Parlamento Europeu para 2020, de uma contribuição de 20% da energia consumida a partir de fontes de energia renováveis impõe grandes desafios de planeamento e operação estratégica ao gestor dos sistemas de energia. Apesar de todas as fontes de energia renováveis terem aumentado consistentemente, a energia eólica é a que mais tem vindo a contribuir para este objetivo.
Dado que a energia eólica possui uma natureza flutuante e é de difícil previsão, os operadores do sistema electroprodutor (TSOs) temem os impactos desta fonte renovável na regulação do sistema e na sua estratégia clássica de operação, especialmente quando a contribuição anual da energia eólica excede os 10%, o que já acontece desde 2008 em Portugal. O maior desafio à integração de grandes percentagens de energia eólica nos sistemas de energia é a natureza flutuante desta fonte. Deste modo, é fundamental caracterizar estas flutuações assim como os efeitos da agregação de um número elevado de turbinas em parques eólicos.
Projeto
O projecto Fluct.wind propõe-se atingir a caracterização e categorização detalhada de séries de potência eólica, relacionando as rampas e cavas de potência severas com os regimes meteorológicos previsíveis, permitindo o desenvolvimento de alertas para os operadores do sistema de energia eléctrica.
Tarefas desenvolvidas
Para atingir os objetivos, o projeto utiliza todos os dados disponíveis de projetos de R&D anteriores, especialmente dados com uma elevada frequência de amostragem (flutuações de potência rápidas) e efetuou uma campanha experimental num caso de estudo, por forma a maximizar o efeito de alisamento das flutuações lentas de potência e o seu impacto na operação do sistema de energia.
Campos de pressão (hPa) e velocidade médio do vento (m/s) associados a cada regime climático (eólico)
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Exemplos da classificação de padrões climáticos
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Apoio
O projeto Fluct.wind, é um projeto de investigação apoiado pelo COMPETE no âmbito do SAESTCN. Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pelo FEDER contando com um investimento elegível de 115 mil Euros correspondendo a um incentivo de 98 mil euros.
Testemunho
Segundo Ana Estanqueiro, responsável pelo projeto, 'este financiamento revelou-se instrumental no desenvolvimento das metodologias que permitiram a concretização dos objectivos do projecto, bem como no apoio à formação de jovens engenheiros nos domínios da investigação levada a cabo'.