O setor da cortiça reveste um papel crucial na economia nacional pelo seu desempenho.
Portugal é o líder mundial das exportações de cortiça, com uma quota de 61,3%, e com uma tendência de reforço da mesma (um aumento de 3,7% entre 2001 e 2010). Em 2010 o valor global de exportações foi de 754 Milhões de Euros e saldo da balança comercial de 659 Milhões de Euros.
Atualmente, a fileira da cortiça representa 2,0% das exportações de bens portuguesas e 0,2% das importações de bens.
A produção mundial de cortiça ascende a 201.428 toneladas, destacando-se, a nível individual, Portugal como o principal produtor mundial, com 49,6% da produção mundial, seguindo-se a Espanha e Marrocos. Através do contributo da cortiça, Portugal é o 2.º país a nível europeu com maior valor de produção de PFNL/hectare, com cerca de 98,00€/hectare.
Em 2010, a quota de Portugal nas exportações mundiais de cortiça foi de 61,3%, apresentando uma tendência de reforço da sua quota nas exportações mundiais de cortiça, com um aumento de 3,7% entre 2001 e 2010.
O investimento global da Indústria da Fileira da Cortiça nos últimos dez anos foi de cerca de 482 Milhões de Euros, de acordo com dados da APCOR. No âmbito do Compete e dos Sistemas de Incentivos foram aprovados até 31 de Dezembro de 2011, 110 projetos, correspondendo a 114 milhões de euros de investimento, envolvendo um incentivo FEDER de 55 milhões de euros. Sublinha-se a importância dos projetos de IDT, desenvolvidos por empresas ( 12 milhões de euros de incentivo FEDER) e por entidades do Sistema Científico e Tecnológico (410 mil euros de incentivo FEDER).
O projeto InterCork assumiu como um projeto de especial relevância para o sector da cortiça, não só no sub-sector de rolhas como também no sub-sector de materiais de construção e decoração, perspectivando uma intervenção nos mercados internacionais mais relevantes para este sector, de forma a proporcionar o aumento de quotas de mercado bem como a recuperação da imagem da matéria prima cortiça.
Assumindo-se como projecto público-privado com uma participação pública do FEDER por via do SIAC – Sistema de Apoio às Ações Coletivas do COMPETE – Programa Operacional Factores de Competitividade, do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), que o financia em 80 por cento, sendo que os restantes 20 por cento são assumidos pelos associados da APCOR, pelas associações e por empresas do sector presentes nos diferentes mercados, envolvendo um investimento total de 21 milhões de euros.
O sucesso do projeto está, no entender, do presidente da APCOR, António Rios Amorim, refletido nos números que caracterizam atualmente o sector da cortiça. “O sector da cortiça vai encerrar as exportações de 2011 com um aumento de mais de oito por cento, face a 2010, o que irá significar exportações na ordem dos 820 milhões de euros”.
O sector tem definidas três linhas de orientação que, na perspectiva de António Rios Amorim, são fundamentais para o seu crescimento. São elas a recuperação da quota de mercado aos vedantes alternativos (um a 1,5 biliões de vedantes, o que significará um aumento de cerca de cem milhões de euros nas exportações), maior divulgação e promoção dos materiais de construção, decoração e design (potencial de crescimento na América do Norte, Leste Europeu e China, o que representará mais 50 milhões de euros) e lançamento de novas aplicações em cortiça com maior valor acrescentado do que as actuais, com um volume de negócios adicional de 50 milhões de euros.
Os dados do projeto Intercork, desenvolvido pela APCOR, revelam que a cortiça marcou presença em 8682 artigos na imprensa mundial, proporcionou ainda 623 peças de televisão e 208 em rádio. No total, foram mais de 18 horas de emissões, nas quais Portugal e a cortiça foram objeto de promoção internacional.
A cortiça teve também uma forte presença nas redes sociais – 96.451 fãs no Facebook - criando uma das maiores redes sociais no mundo do vinho - 12.150 seguidores no Twitter e mais de um milhão de visualizações de vídeo nas diferentes plataformas da Internet.
Durante os últimos dois anos, estiveram, ainda, em Portugal, mais de 160 jornalistas e líderes de opinião para visitar o país e a fileira da cortiça. Em todo o mundo, a cortiça reuniu mais de 30 apoiantes de renome internacional dos quais se destaca: Príncipe Carlos, Lord Puttnam, Rob Schneider, Allen Hershkowitz, Daryl Hannah, Candise Olson, Daniel Michalik, Ty Pennington, Tony Laithwaites, Guy Kawasaki, Kuma Kengo, entre outros.
A APCOR estabeleceu, ainda, parceria com inúmeras cadeias de distribuição internacionais e associações ambientalistas e vinícolas, de onde se destacam: Sainsbury’s, Anthropologie, Waitrose, Movenpick, Wein International, Kaufland, The Savoy Hotel, Laithwaites, WWF NABU e VDP.
O projecto recebeu três prémios internacionais: campanha no Reino Unido “I Love Natural Cork”, recebeu o “Special Environmental Award” da PRWeek; campanha nos EUA “100% Cork”, recebeu o prémio de Melhor Campanha Publicitária Integrada na Internet do Internet Advertising Competition (IAC); campanha em França “Le Bouchon Liège – Toujours imité, jamais égalé” ganhou o prémio de Publicidade na categoria de plurimedia, atribuído pela TOPCOM. A campanha foi, também, finalista em várias competições internacionais.
A sustentabilidade (ecologia, retenção CO2, Biodiversidade), a rolha de cortiça como sinónimo de vinho de qualidade, rolha de cortiça como a preferida do consumidor, a cortiça aliada à tradição e imagem vinícola e o posicionamento face aos outros vedantes, nomeadamente em questões técnicas, realçando a qualidade da cortiça foram as mensagens-chave que se transmitiram.
No caso dos materiais de construção e decoração, e com um orçamento de seis milhões de euros, a campanha chegou aos EUA e Canadá, Alemanha, Rússia, Japão, Bélgica, Holanda, China e Emirados Árabes Unidos e a públicos como arquitectos, engenheiros, designers, decoradores, retalhistas, importadores e distribuidores, escolas técnicas, universidades, centros de design, consumidor final e Media.
A cortiça apareceu como um produto natural, moderno e elegante, onde primou a ideia do eco-design, com características técnicas e sensoriais únicas, aliando o conforto à estética do produto.
O programa contou, ainda, com 2,5 milhões de euros para desenvolver um conjunto de ações transversais a toda a campanha, como por exemplo, a criação e produção de suportes de informação e comunicação e o desenvolvimento do sítio da APCOR.
Fontes:
Estudo de Caracterização Sectorial 2011, APCOR
SIPOFC