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PlasCork-Automotive| Desenvolvimento de aplicações na indústria automóvel utilizando a cortiça

23.01.2012
  • Incentivos às Empresas
  • I&DT

Um consórcio formado por Simoldes Plásticos, a Amorim Cork Composites e PIEP, desenvolve o projecto PlasCork-Automotive, que visa adicionar as propriedades específicas da cortiça aos componentes plásticos para automóveis.

O projecto PlasCork-Automotive é um passo relevante para o desenvolvimento de produtos que, utilizando materiais naturais de origem portuguesa, potenciam incremento de aplicações na indústria automóvel, abrindo novas oprtunidades de negócios nesse mercado. Este projecto de I&DT, apoiado no âmbito do COMPETE na vertente de Co-promoção envolve um investimento elegível de 1.053.000€, correspondendo a um incentivo FEDER de 642.000€.

Fazem parte do consórcio empresas com provas dadas nas áreas de negócios em que se enquadram. Por um lado a Amorim Cork Composits (ACC) pertencente ao Grupo Amorim, líder mundial em aplicações de cortiça e, por outro, a Simoldes Plásticos (SP), líder nacional na fabricação de componentes plásticos para a indústria automóvel, associados ao Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP), que é o organismo mais habilitado para desenvolver as tecnologias necessárias a produtos desta natureza.

Utilizando materiais naturais, pretende-se criar três aplicações de elementos de cortiça em componentes anteriormente de plásticos:

1)      Elemento em cortiça de absorção de impacto (Padding)
2)      Elemento de cortiça insonorizante
3)      Elemento decorativo em cortiça como mais valia para novas valorizações do design do habitáculo

Os conhecimentos e as capacidades geradas em cada estudo aplicacional serão partilhados e integrados entre si, de modo a majorar a eficiência dos recursos e potenciar sinergias. O conceito do Padding em cortiça será desenvolvido usando simulações computacionais baseadas no método dos elementos finitos. O elemento insonorizante em cortiça tirará partido da composição do material e da geometria para reduzir o ruído no habitáculo. O elemento decorativo em cortiça levará ao desenvolvimento de sistemas de protecção contra a exposição solar (raios UV). Para todos os casos serão analisados os processos produtivos, construídas as ferramentas produtivas necessárias à obtenção de componentes (protótipos) que possam ser testados e validados. Naturalmente, todo este processo de desenvolvimento é integrado e iterativo.

Os principais objectivos deste projecto são:

1-Validação técnica de aplicações de cortiça, combinada com material plástico, em 3 produtos tipo do interior do automóvel

2-Aumentar a incorporação de materiais naturais na indústria automóvel

3-Desenvolver produtos inovadores na decoração de paineis interiores do automóvel

4-Desenvolver sinergias tecnológicas e industriais incrementando know-how em materiais de relevância regional para a indústria automóvel

A primeira das características tem como grande virtude o aproveitamento das propriedades naturais da cortiça (compressibilidade e resiliência) que são essenciais em peças onde a resistência ao impacto é o principal requisito.

Tratando-se de um componente que se insere no miolo dos paineis de porta para proteger os ocupantes de impactos laterais, a cortiça é, sem dúvida, um material excelente para tal desempenho. Mede-se a energia absorvida pelo impacto definido pela norma aplicada e, dessa forma se coclui sobre a performance do produto desenvolvido.

De igual forma, na segunda característica, se avalia o nível de insonorização obtida pela utilização de cortiça numa zona em que substitui componente sintético actual.

Bem diferente é o que se pretende da terceira característica inovadora ao aplicar cortiça. Neste caso propõe-se uma aplicação que torna o habitáculo mais nobre dos pontos de vista do design e do conforto.

A exemplo do que já se passa com adornos em madeira (em muitos casos apenas emitações), a cortiça pode ser usada como elemento de decoração. Algumas abordagens aos construtores obtiveram respostas entusiásticas sobre esse potencial.

Porém há um caminho ainda longo a percorrer para que a cortiça possa ser utilizada neste contexto devido, principalmente, à sua débil resistência aos ultra-violetas (UV). Tal impede que se aplique em situações em que esteja exposta à luz solar.

Para obviar a este problema, devem desenvolver-se vernizes de protecção que lhe confiram tal resistência. Essa é mesmo uma das tarefas mais importantes para esta aplicação.