Breve descrição da empresa/entidade promotora
A Celtejo, S.A., uma empresa Grupo Altri tem a sua Sede em Vila Velha de Ródão, a 27 km de Castelo Branco, ocupando atualmente uma área total de 80ha, dos quais 25 utilizados por instalações fabris.
O atividade principal da empresa é a produção de pasta branqueada para papel que exporta para o mundo inteiro, mas com principal incidência nos países europeus.
Embora as aplicações finais do produto sejam variadas existe um enfoque especial em clientes na área de “tissue” que engloba produtos de higiene doméstica e restauração.
Para além do normal transporte rodoviário, a Celtejo é servida, a partir do Armazém da Pasta, por uma linha ferroviária para escoamento da pasta produzida ou para abastecimento de madeira, com ligação à Estação da CP de Vila Velha de Ródão, e com a extensão de 1,7 km. Daqui a pasta segue para os portos portugueses, embarcando em seguida com rumo aos portos do norte da europa ou, pontualmente, do médio e extremo oriente.
Na sua vertente social a empresa conta com várias instalações de natureza social, realçando-se o Refeitório e várias zonas de máquinas de café e outros produtos alimentares, bem como zonas de convívio e prática de desportos.
Também a Segurança e Saúde dos trabalhadores não é descurada, existindo estruturas operacionais próprias para o efeito, complementadas com um Posto Médico devidamente equipado, onde são assegurados cuidados de saúde preventiva e curativa por profissionais da área da saúde.
Existimos desde os anos 60 e como tal somos uma empresa com experiência mas reinventamo-nos sempre que necessário, porque os anos vividos não são, por si só, garantia de futuro num mercado em que mesmo os produtos de maior sucesso, inevitavelmente também morrem.
Na Celtejo mantemos os pés firmemente assentes no chão, apostando num controlo rigoroso da qualidade dos nossos produtos e dos nossos custos operacionais, mas mantendo simultaneamente a cabeça bem levantada na vigilância constante da atividade dos nossos concorrentes e na identificação atempada (porque o prémio é maior para o primeiro) das oportunidades que os nossos clientes têm para nos oferecer.
Temos privilegiado uma relação de parceria com estes últimos em detrimento de uma simples relação vendedor – comprador e esta estratégia deu os seus frutos e está a materializar-se no projeto Polypulp. Sabemos realmente o que é importante e trabalhamos com esse objetivo.
É importante enfatizar que se a nossa visão técnica da realidade não nos impede de sonhar, “obriga-nos” no entanto a construir projetos em que seguimos com rigor a nossa missão de disponibilizarmos pasta de qualidade reconhecida e produção sustentável, alicerçada na nossa visão de sermos reconhecidos por isso pelos nossos clientes e fiéis a valores como a orientação para os resultados, a capacidade de inovar e a aposta nas pessoas.
Objetivos do projeto
O projeto Polyupulp nasceu de uma parceria entre a Celtejo (produtor de pasta para papel), a Universidade da Beira Interior (UBI), com décadas de trabalho ligadas ao estudo dos produtos papeleiros e a Universidade de Coimbra, um parceiro reconhecido internacionalmente pela sua competência científica na área dos polímeros.
Reunindo estas competências foi possível ambicionar atingir o principal objetivo deste projeto que consiste na obtenção de pasta de papel com propriedades físicas superiores às atuais, que permitam por um lado a obtenção de papéis com melhores propriedades, reduzindo a incorporação de aditivos e/ou a energia na refinação, e por outro lado a utilização desta pasta de maior desempenho em produtos mais exigentes ou ainda noutras finalidades.
Descrição do Projeto e respetivo montante de apoio
O projeto Polypulp apoiado pelo Programa Operacional Fatores de Competitividade, no âmbito do Sistema de Incentivos à investigação e Desenvolvimento Tecnológico (SI I&DT) envolve um investimento elegível de 736 mil euros correspondendo a um incentivo FEDER de 496 mil euros.
O projeto iniciou-se em Maio de 2013 e terá uma duração de 2 anos.
Para se entender o âmbito do projeto é necessária uma descrição, necessária resumida, do processo sobre o qual incidirá, a produção de pasta branqueada.
Os processos de produção de pastas químicas consistem no tratamento de aparas de madeira com vários produtos químicos a elevadas temperaturas em condições apropriadas e visam a remoção da maior parte da lenhina, deixando os outros constituintes macromoleculares que são a celulose e as hemiceluloses. A lenhina é uma macromolécula tridimensional responsável por uma parte significativa da resistência da madeira. No processo kraft de produção de pasta obtém-se primeiramente uma pasta (conjunto de fibras) de cor castanha, que ainda contém pequenas percentagens de lenhina.
Esta pasta é depois sujeita a um processo de branqueamento em várias etapas (sequência de branqueamento), podendo incluir estágios de oxigénio, ozono, extracção alcalina, dióxido de cloro, ou peróxido de hidrogénio, e visa obter na maior parte dos casos uma pasta livre de impurezas, com elevada resistência e um grau de brancura da ordem dos 90% ISO. Nas fábricas denominadas “integradas”, a pasta é conduzida em suspensão da fábrica de pasta para a fábrica de papel, eliminando o processo de secagem da pasta. Nas unidades não integradas, como é o caso da Celtejo, a pasta é seca e posteriormente desintegrada (as fibras são de novo colocadas em suspensão aquosa) na fábrica de papel para processamento.
O processo de produção do papel envolve a utilização de um ou mais tipos de pasta, a refinação das pastas, e posteriormente a preparação da suspensão (stock), com a adição de cargas minerais e outros aditivos funcionais e operacionais, que irá ser enviada para a máquina de papel. Nessa fase passará sucessivamente pelas operações de drenagem, prensagem, secagem, colagem superficial, calandragem e bobinagem, para um caso típico do papel de impressão e escrita. Nos papéis “tissue” não são adicionadas cargas minerais, os níveis de refinação, os aditivos funcionais e as tecnologias usadas são bastante diferentes.
Os aditivos funcionais, que podem visar, por exemplo, conferir resistência em seco e à penetração da água, no caso do papel de impressão e escrita, ou melhorar a suavidade do papel, no caso do papel “tissue”, são adicionados à suspensão de pasta (ou pastas) antes do “stock” ser enviado para a máquina de papel. As interações entre os aditivos, incluindo as cargas minerais, e as fibras e finos é uma matéria complexa [1], objeto de investigação intensa e não raras vezes difícil de controlar à escala industrial, prejudicando a estabilidade do processo, com naturais reflexos na qualidade do produto final. O processo de incorporação destas substâncias é importante não só porque é necessário produzir o papel com características muito próprias mas, também, porque a pasta que chega às fábricas de papel não apresenta as características apropriadas. Importa salientar, que nesse processo consome-se uma importante parte de recursos materiais e energéticos.
Tarefas desenvolvidas no âmbito do projeto
Iniciado em Maio de 2013, o projeto atravessou já as primeiras etapas de investigação assentes sobretudo no trabalho dos parceiros universitários da Celtejo, a UBI e a UC.
Pesquisas, analises e sínteses de materiais com potencial de melhoria da pasta foram já realizadas pela UC. Alguns dos materiais foram já incorporados na pasta e os seus efeitos testados pela UBI.
As alterações ao processo produtivo da Celtejo dependerão totalmente dos materiais que revelaram maior potencial. No entanto, os conhecimentos entretanto adquiridos permitem já à empresa a definição de alguns cenários mais prováveis e projetar as alterações processuais daí decorrentes.
Conhecer a Celtejo nas suas múltiplas facetas
Nunca perdendo o enfoque no seu core business, a Celtejo vem desenvolvendo também outras facetas relacionadas com a Economia Social da região onde se insere e na qual se afirma cada vez mais como um polo de apoio à comunidade local e ao seu desenvolvimento social e profissional.
Mas como mais importante que as nossas palavras são as nossas realizações, convidamos todos a visitar o nosso “facebook” e a constatar in loco a nossa nova forma estar como empresa virada para o seu meio interior e exterior, ou em linguagem atual, atenta a todas as “partes interessadas”.