Os resultados mostram que o défice de inovação da Europa em relação aos Estados Unidos e ao Japão está a diminuir, mas as diferenças entre os Estados-Membros em termos de desempenho são ainda muito elevadas e reduzem-se apenas lentamente. Mostram ainda que Portugal, junto com a Estónia e a Letónia, foram os países que registaram maior crescimento da UE em Inovação.
Ao nível regional o défice de inovação está a aumentar, tendo-se verificado um agravamento do desempenho neste domínio em quase um quinto das regiões da União Europeia (UE).
A classificação geral dentro da UE permanece relativamente estável, com a Suécia no topo, seguida da Dinamarca, da Alemanha e da Finlândia – os quatro países que mais investem em investigação e inovação. Os países que registaram uma melhoria mais significativa da sua posição foram Portugal, a Estónia e a Letónia.
A nível geral, os progressos foram impulsionados pela abertura e atractividade do sistema de investigação da UE, bem como pela colaboração no domínio da inovação empresarial e a comercialização do conhecimento, medida pelas receitas de licenças e patentes provenientes do estrangeiro. No entanto, o crescimento das despesas públicas em I&D foi contrabalançado por uma diminuição dos investimentos de capital de risco e dos investimentos em inovação que não os de I&D efetuados pelas empresas.
O Vice-Presidente da Comissão Europeia, Antonio Tajani, Comissário responsável pela Indústria e pelo Empreendedorismo, declarou que: «Fazer da inovação uma realidade em toda a Europa continua a ser uma prioridade se pretendermos atingir o nosso objectivo no domínio da política industrial: conseguir que, até 2020, pelo menos 20% do PIB da UE provenha da indústria transformadora. Mais investimento das empresas, uma maior procura de soluções inovadoras europeias e menos entraves à utilização comercial das inovações são a chave para o crescimento. Precisamos de mais empresas inovadoras e de um enquadramento favorável ao crescimento para que as inovações sejam introduzidas com êxito nos mercados».
Máire Geoghegan-Quinn, Comissária responsável pela Investigação, Inovação e Ciência, afirmou que: «O Painel da Avaliação confirma mais uma vez que o investimento na investigação e na inovação dá frutos em termos de desempenho económico. Com um orçamento de quase 80 mil milhões de euros para os próximos sete anos, o nosso programa de investigação e inovação, Horizonte 2020, ajudar-nos-á a manter este dinamismo. Devemos aumentar o investimento na inovação em toda a UE agora, para atingirmos o nosso objectivo de 3% do PIB até 2020.»
Por seu lado, Johannes Hahn, Comissário responsável pela Política Regional e Urbana, disse que: «Precisamos de converter as boas ideias europeias em empresas rentáveis que criem empregos e crescimento sustentável. O novo orçamento da UE e a reforma da política regional oferecem uma oportunidade única de promover a inovação. Mais de 100 mil milhões de euros de investimentos ao abrigo dos fundos estruturais e de investimento europeus serão direccionados para a investigação e inovação, o crescimento digital, as pequenas e médias empresas e o desenvolvimento da energia verde e da eficiência energética. Os painéis de avaliação hoje publicados mostram que, embora algumas regiões registem progressos evidentes, continuam a existir disparidades. A nova política regional abordará directamente este problema: cada uma das 274 regiões da Europa terá de desenvolver uma estratégia de especialização inteligente, que contemplará a inovação. As regiões terão de desenvolver as suas vantagens económicas e desenvolver formas inovadoras de enfrentar a concorrência global».
Consulte os resumos individuais do desempenho dos 28 Estados-Membros e de outros países europeus no domínio da inovação, no MEMO/14/140.
Os quatro grupos de desempenho dos Estados-Membros
O Painel de Avaliação da União da Inovação de 2014 classifica os Estados-Membros em quatro grupos de desempenho diferentes, mantendo-se Portugal no grupo dos “inovadores moderados”, como tem se tem inserido até agora:
- A Dinamarca (DK), a Finlândia (FI), a Alemanha (DE) e a Suécia (SE) são “líderes da inovação”, com desempenhos em inovação muito acima da média da UE;
- A Áustria (AT), a Bélgica (BE), Chipre (CY), a Estónia (EE), a França (FR), a Irlanda (IE), o Luxemburgo (LU), os Países Baixos (NL), a Eslovénia (SI) e o Reino Unido (UK) são “seguidores da inovação”, com desempenhos em inovação acima ou próximos da média da UE;
- O desempenho da Croácia (HR), da República Checa (CZ), da Grécia (EL), da Hungria (HU), da Itália (IT), da Lituânia (LT), de Malta (MT), da Polónia (PL), de Portugal (PT), da Eslováquia (SK) e de Espanha (ES) é inferior ao da média da UE. Estes países são “inovadores moderados”;
- A Bulgária (BG), a Letónia (LV) e a Roménia (RO) são “inovadores modestos”, com desempenhos em inovação bem abaixo da média da UE.
Qual é a chave do sucesso dos líderes da inovação?
Os países mais inovadores têm bons desempenhos, claramente acima da média da UE, em todos os domínios: desde os sistemas de investigação e ensino superior, passando pelas actividades de inovação e activos intelectuais das empresas, até à inovação nas PME e aos efeitos económicos, o que reflecte um sistema nacional de investigação e inovação equilibrado.
A UE na cena internacional
Na Europa mais alargada, a Suíça confirma a sua posição como líder em inovação incontestado, ao superar sistematicamente todos os Estados-Membros da UE. A nível mundial, a Coreia do Sul, os Estados Unidos e o Japão ocupam uma posição de liderança face à UE em termos de desempenho da inovação. Embora o atraso em relação aos EUA e ao Japão tenha sido reduzido para metade nos últimos anos, regista-se um agravamento em relação à Coreia do Sul.
A UE continua a ter melhor desempenho do que a Austrália, o Canadá e todos os países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Esta liderança permanece estável, ou tem mesmo aumentado, excepto no caso da China, que está a recuperar rapidamente.
Painel de Avaliação da Inovação Regional de 2014
Este ano, o Painel de Avaliação da União da Inovação é acompanhado pelo Painel de Avaliação da Inovação Regional de 2014, que fornece uma avaliação comparativa do desempenho em matéria de inovação de 190 regiões da União Europeia, da Noruega e da Suíça, utilizando um número limitado de indicadores de investigação e inovação.
Informações sobre o painel de avaliação da inovação
O Painel de Avaliação da União da Inovação de 2014 baseia-se em 25 indicadores diferentes, divididos em três categorias principais:
- os "elementos determinantes”, que são os fatores de base que propiciam a inovação (recursos humanos, sistemas de investigação de excelência, abertos e apelativos, assim como o financiamento e os apoios);
- as “actividades empresariais”, em que se concentram os esforços de inovação das empresas europeias (investimento das empresas, ligações e empreendedorismo, e ativos intelectuais);
- os “resultados”, que mostram como os outros elementos se traduzem em benefícios para o conjunto da economia (inovadores e efeitos económicos).