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Saiba como o projeto “IEC – Inteligência Estratégica Coletiva” estimula a competitividade empresarial e a dinâmica regional

12.08.2013
  • Compete
  • Acções Colectivas

Apoiado pelo COMPETE este projeto visa desenvolver um sentido de “inteligência colectiva” nas regiões do Norte e do Alentejo, enquanto nova plataforma de articulação entre os vários actores, dando a conhecer as “competências centrais” do território e qualificá-las duma forma estruturante como vias únicas de criação de valor e consolidação da diferença.

Logótipo Projeto IEC
Logótipo Projeto IEC

Síntese

O projeto “IEC – Inteligência Estratégica Coletiva” tem como missão principal estimular a competitividade empresarial e a dinâmica regional. Engloba um interessante conjunto de ações enquadráveis nos seguintes eixos de intervenção: Inteligência Económica, Observação e Vigilância e Informação e Representação de PME.

Estes eixos suportam uma lógica de intervenção interligada e virtuosa. Partindo da análise das especificidades do território – traçando com precisão o seu perfil competitivo – procura-se envolver e implicar os principais atores regionais para o desafio da modernidade, construindo nas redes – internas e externas – a inovação que suportará a diferenciação competitivas dos territórios.

O projeto “IEC – Inteligência Estratégica Colectiva” é resultante de uma parceria entre a APME (Associação Portuguesa de Mulheres Empresárias) e a UERN (União das Associações da Região Norte).

Apoiado pelo COMPETE – Programa Operacional Factores de Competitividade no âmbito do SIAC - Sistema de Apoio a Acções Colectivas teve um investimento elegível de 395 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de 276 mil euros.

Enquadramento

“O território não deve ser considerado como algo a priori, mas como um resultado de estratégias organizacionais dos atores e do fenómeno da aprendizagem colectiva”.
Maillat

Como ponto de partida, não há como fugir à evidência: o contexto económico internacional que vivemos não tem paralelo no passado recente. Sendo difícil para a economia mundial, é também particularmente exigente nos desafios que coloca a uma economia portuguesa já de si enfraquecida. Temos entre mãos o repto de contribuir para a construção de uma economia mais dinâmica e competitiva; para isso importa fazer mais, melhor e com mais eficácia.

Num quadro concorrencial, admite-se a existência de um profícuo “ciclo virtuoso”: o desenvolvimento tem uma natureza criadora, geradora de oportunidades de mercado, que dará lugar a investimento, à criação de novas empresas, ao crescimento económico e, por fim, ao tão desejado bem-estar. Admite-se também que as dinâmicas de competitividade e de projeção externa sustentável sejam conseguidas a partir dos factores que não de custo, como a qualidade, o design, o domínio da tecnologia, a propriedade industrial enquanto mecanismo de proteção da diferenciação e a organização centrada nos recursos humanos e seu capital intelectual.

Numa óptica de abordagem territorial, poder-se-á afirmar que a competitividade de uma região está associada à especialização produtiva das empresas que a compõem, dado que um território só será competitivo na medida da competitividade das suas empresas. A dinâmica empresarial e o acréscimo de concorrência, quer seja das empresas domésticas quer seja das empresas estrangeiras, pode estimular a eficiência, a inovação e a difusão de novas tecnologias, sendo possível o acesso a novos mercados, através de uma maior abertura económica, incentivando-se, assim, o crescimento da eficiência e da produtividade.

No que toca ao território de referência deste projeto, as regiões de convergência do Norte e do Alentejo revelam-se dos exemplos mais pobres da Europa. Mais, não obstante as ajudas comunitárias recebidas nas últimas décadas, não foi ainda possível inverter o sentido negativo que o perfil competitivo apresenta, aprofundando, pelo contrário, o fosso que separa da média comunitária. Perceber as razões deste défice de competitividade ajudará a encontrar vias de desenvolvimento que sejam capazes de alterar esta situação.

No novo quadro paradigmático, o território é entendido como um conjunto de elementos económicos, socioculturais e institucionais com formas específicas de organização e de capacidade de auto-reprodução. O desenvolvimento do território, tal como defende Pierre Veltz, depende da densidade e da qualidade da malha de relações entre atores, onde a criação está relacionada com a capacidade de inovação e de cooperação entre os agentes, uma cooperação que tem na densidade relacional do tecido empresarial local o espaço privilegiado de geração de sinergias, quer através de relações formais/ mercantis, quer pelas relações informais/ não mercantis.

Em suma, a região deixou de ser um mero suporte passivo dos recursos, para ser ela própria, entidade geradora de novos recursos, através das complexas formas organizacionais de génese local propiciadora de múltiplas interações entre os atores locais, bem como entre estes e outros atores situados noutros pontos do mundo. Isso só é possível através de redes, formais ou informais, que emergem no território e o estruturam.

São essas redes que conferem ao espaço a condição de meio inovador, isto é, um espaço sociocultural onde ocorrem dinâmicas de aprendizagem colectiva, geradoras de respostas inovadoras às alterações nas condições de enquadramento da atividade económica local.

Parecendo evidente que a Inovação, a Competitividade e a Projeção Externa são conceitos indissociáveis, o projeto aqui abordado aposta na mobilização dos atores mais relevantes da envolvente para uma intervenção pró-ativa que acelere as dinâmicas de inovação e de reforço da competitividade empresarial e territorial, bem como numa atuação dirigida aos factores dinâmicos da competitividade das empresas que privilegia domínios tão relevantes como a cooperação empresarial, a inovação, a transferência de tecnologia, o empreendedorismo, as novas tecnologias de informação, os recursos humanos, o marketing e a internacionalização.


Âmbito: A Inteligência Colectiva

Promovido pela UERN – União das Associações Empresariais da Região Norte e pela APME - Associação Portuguesa de Mulheres Empresárias, o projeto “IEC – Inteligência Estratégica Coletiva” tem como missão principal estimular a competitividade empresarial e a dinâmica regional. Engloba ações enquadráveis nos seguintes eixos de intervenção: Inteligência Económica, Observação e Vigilância e Informação e Representação de PME.


Figura 1 - Projeto IEC: Eixos de intervenção

Figura 1 


 
Estes eixos suportam uma lógica de intervenção interligada e virtuosa. Partindo da análise das especificidades do território – traçando com precisão o seu perfil competitivo – procura-se envolver e implicar os principais atores regionais para o desafio da modernidade, construindo nas redes – internas e externas – a inovação que suportará a diferenciação competitivas dos territórios.

Perante o cenário abordado anteriormente, afigura-se necessário estreitar vias e colmatar um défice que foi detectado ao nível da inteligência estratégica colectiva. Neste domínio surgem enquadrados alguns vectores entre os quais:

  • aposta em estratégias de desenvolvimento regional inovadoras através do estímulo à criatividade: nova leitura competitiva sobre os factores endógenos das regiões;
  • criação de um ambiente propício de geração de conhecimento estratégico, tácito e de inovação, que passa por melhorar a capacidade das elites territoriais em gerar um ambiente de fertilização de conhecimento, de gestão estratégica, de concepção de uma dinâmica organizacional capaz de gerar um fluxo de informação e de conhecimento no interior da região e de pôr em marcha um processo de qualificação do território;
  • melhoria da envolvente empresarial: aposta no modelo de desenvolvimento regional assente na tripla hélice (poder local/ regional, educação/ formação e iniciativa empresarial), com reforço da articulação do modelo e da ação associativa;
  • reforço da ligação indústrias locais – indústrias globais, através de:
    • parcerias internacionais para acesso a mercados e a fontes de conhecimento e de tecnologia;
    • ligações à arquitetura institucional de apoio, i.e. a fontes nacionais e internacionais de conhecimento e tecnologia, com reforço da ligação entre as empresas e os principais intervenientes no sistema de inovação, com o objectivo de aproximar as PME aos centros de saber e promover a transferência de tecnologia, desenvolvendo redes de cooperação institucional para o efeito;
    • aprender-fazendo, construir as capacidades através da difusão, adopção e adaptação.
  • redução dos custos de contexto no acesso a mercados internacionais, apostando numa lógica de escala, beneficiando das inerentes economias no acesso conjunto e coordenado a mercados, onde as PME denotam particulares dificuldades;
  • aposta intensa no acesso, tratamento e partilha a informação económica específica e relevante, facilitadora, nomeadamente, de aproveitamento de oportunidades de negócio, bem como divulgação das melhores práticas internacionais, numa lógica de reconhecimento do mérito e de fomento à adopção de modelos de casos exemplares.


Objectivos Estratégicos e Operacionais

Desenvolver um sentido de “inteligência colectiva” nas regiões do Norte e do Alentejo, enquanto nova plataforma de articulação entre os diferentes atores, destinada a dar a conhecer as “competências centrais” do território e qualificá-las duma forma estruturante como vias únicas de criação de valor e consolidação da diferença.

Para atingir os objetivos propostos previram-se as seguintes ações:

INTELIGÊNCIA ECONÓMICA:

Objetivos:

• Analisar e facilitar informação relevante, estruturada e de acrescentado valor para as PME, sobretudo para competir nalguns mercados;

• Partilhar percepções e construir entendimentos acerca da informação, de modo a construir uma sólida base de conhecimento sectorial/ regional;

• Incrementar a tomada de decisão eficiente nas PME;

• Acumular “inteligência” de modo a ganhar, sustentadamente, vantagens competitivas.

Ações

•  Informação de Gestão orientada para PME:

o Despiste de oportunidades de negócio e acesso facilitado a mercados, a tecnologias e a financiamentos;

• Portal Interativo:

o Suporte interativo às relações da comunidade competitiva a dinamizar;
o Difusão e disseminação de informação de gestão orientada às PME;
o Partilha de informação sobre as oportunidades de negócio e o acesso facilitado a mercados, a tecnologias e a financiamentos.

OBSERVAÇÃO E VIGILÂNCIA DE BASE REGIONAL E SECTORIAL:

Objetivos:

  • Fomentar o desenvolvimento económico integrado, especialmente de base regional;
  • Melhorar o perfil de especialização regional e local;
  • Aumentar a empregabilidade e o capital intelectual das regiões;
  • A promoção de projetos estratégicos e sustentáveis para cada região.

Ações

  • Estudo Prospetivo Estratégico:
    • Estudo do potencial sectorial nas regiões de convergência, com a seleção dos sectores de atividade de maior potencial de desenvolvimento;
    • Promoção de redes e outras formas de cooperação entre empresas, através da identificação de atores locais;
    • Estímulo à partilha de recursos com a elaboração de pistas para a criação de Redes de Cooperação e Inovação.
  • Criação de “Conselho Estratégico de Desenvolvimento Regional Integrado Sustentável (CEDRIS)”, capaz de:
    • Envolver os atores locais e regionais;
    • Servir de farol de ideias e concertação de intervenções;
    • Desenvolver um observatório sobre o desenvolvimento regional;
    • Dinamizar ações de prospetiva económica;
    • Dotar as regiões de estrutura de rede de apoio à competitividade empresarial e à melhoria das vantagens competitivas regionais.
  • Dinamizar as “Comunidades Competitivas” do Norte e Alentejo:
    • Com a dinamização do conceito de “Comunidade Competitiva” procura-se aprofundar os laços entre as empresas e a sociedade civil das regiões, na sua multiplicidade de instituições, através de um desenvolvimento integrado e sustentado em parcerias estratégicas entre o tecido empresarial, as instituições oficiais, as associações empresariais, as instituições de apoio tecnológico e científico, as instituições de ensino e as estruturas representativas dos trabalhadores, entre outros, com o objetivo de promover e impulsionar o seu desenvolvimento económico e social de uma forma integrada.


INFORMAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DE PME

Objetivos:

  • Criar uma rede internacional (constituída por faróis e antenas) facilitadora de contactos privilegiados com regiões e instituições congéneres, de modo a ter acesso a informação relevante, ao acompanhamento das principais tendências e da evolução dos mercados, de modo a facilitar a inserção das PME nos mercados internacionais;
  • Estudar e estabelecer relações de proximidade com regiões de sucesso e na implementação de estratégias de desenvolvimento regional que sejam casos de excelência na dinamização do conceito de “região de excelência”.

Ações

  • Ações de benchmarking estratégico de modo a incentivar a excelência na inovação regional.

Resultados e Impacto

Revela-se notável o papel que a “inteligência colectiva” pode ter no nosso futuro – nos indivíduos e nas organizações. Na verdade, esta nova plataforma de articulação entre os diferentes atores, destinada a dar a conhecer as “competências centrais” da sociedade e qualificá-las duma forma estruturante como vias únicas de criação de valor e consolidação da diferença, representa uma oportunidade nada despiciente para Portugal. Impõe-se, de facto, um sentido de “inteligência colectiva” num tempo novo que se quer para o desenvolvimento país.

Tendo em consideração o fraco desempenho das regiões do Norte e do Alentejo e a sua preocupante posição no contexto europeu de competitividade e coesão, aproveitando a dinâmica de “inteligência colectiva”, a grande missão do projeto “IEC – Inteligência Estratégica Colectiva” é estimular a competitividade empresarial e a dinâmica regional.

Num âmbito mais lato, o projeto está centrado num conjunto de novas ideias para o desenvolvimento regional, a partir das quais se põem em contacto permanente todos os agentes regionais e locais que têm uma agenda de renovação do futuro. Importa alterar os “padrões tradicionais” – da cultura avessa ao risco, à aposta na inovação e à partilha e cooperação – para uma dinâmica positiva, onde se mobilizem as capacidades positivas de criação de riqueza.
Neste sentido, espera-se que o projeto funcione como a alavanca duma nova criação de valor que conte no mercado global dos produtos e serviços verdadeiramente transacionáveis.

Não é alheia às preocupações aqui espelhadas a aposta numa maior coesão dos territórios, afinal fim último das políticas de desenvolvimento territorial. Espera-se aproveitar a oportunidade para uma aposta decisiva de desenvolvimento regional de consolidação sustentada de “clusters de conhecimento”, apoiados nos factores endógenos de cada uma das regiões.

Esta estratégia de desenvolvimento regional apoiar-se na:

  • Dinamização de estratégias de inteligência económica de modo a ganhar sustentadamente vantagens competitivas para as regiões do Norte e do Alentejo;
  • Melhoria do perfil de especialização produtiva, identificando nos sectores com maior potencial, as atividades e os produtos mais adequados e dinâmicos para vencerem nos mercados globais, bem como na compreensão do modo como se organizam as respectivas cadeias de valor e redes de cooperação internacional;
  • Promoção da interação das redes de centros de saber e agentes na envolvente empresarial, bem como na compreensão do papel dos centros de inovação e empresas nas respectivas cadeias de valor globais e no modo como estas estão a evoluir;
  • Identificação de boas práticas e casos de sucesso, junto de “regiões de excelência” de modo a integrar uma rede virtuosa de partilha de conhecimento, fazendo exercícios de benchmarking proactivos, que permitam, entre outros, identificar uma posição relativa num contexto competitivo alargado;
  • Desenvolvimento de um marketing territorial capaz e diferenciador ancorado num posicionamento específico e projetando um conceito aglutinador e inspirador;
  • Necessidade de centrar as suas estruturas produtivas em sectores de serviços e indústrias geradoras de maior valor acrescentado, baseados no conhecimento e aptos a competir no mercado internacional;
  • Dinamização de um Conselho Estratégico de Desenvolvimento Regional Integrado, capaz de suportar o desenvolvimento das comunidades competitivas do Norte e do Alentejo, aprofundando laços entre os atores locais e regionais, dotando as regiões de estruturas em rede de apoio à competitividade empresarial e à melhoria das vantagens competitivas regionais.