Entidade promotora
O Grupo SOJA DE PORTUGAL tem vindo a servir a nutrição humana e animal desde 1943, marcando presença em cinco áreas de negócio distintas: produção de alimentos compostos para pecuária, produção de alimentos compostos para aquacultura, produção de alimentos completos para animais de companhia, produção de carne de aves e tratamento de subprodutos animais. Dentro do universo de empresas do Grupo Soja de Portugal, a SORGAL - Sociedade de Óleos e Rações, S.A. – promotora deste projeto - orienta as suas atividades no domínio da alimentação animal de acordo com o seu lema, instituído em 1990: "A qualidade da alimentação animal é a chave da boa alimentação dos homens. Desenvolvemos os nossos produtos nesta perspetiva.". Inovando essencialmente nas áreas de processos industriais e de desenvolvimento de produtos, a SORGAL promoveu o projeto VALORINTEGRADOR que visa a valorização integrada de subprodutos Agroalimentares para aplicação na alimentação humana e animal.
Descrição do Projeto
Considerando que a indústria agroalimentar gera uma elevada quantidade de subprodutos com elevado impacto económico e ambiental que na sua maioria, pela inexistência de uma solução integrada, continuam sem solução de valorização implementada surge este projeto com a intenção de incrementar a valorização integrada de subprodutos de várias indústrias alimentares, ricos em proteínas ou polissacarídeos, desenvolvendo uma abordagem de processos partilhados, maximizando a valorização das frações obtidas entre a alimentação humana e animal.
Consórcio
Para isso, um promotor, Sorgal, empresa produtora de rações animais associa-se a indústrias que esperam valorizar os produtos ou aprofundar as soluções já desenvolvidas em projetos anteriores (Unicer, Central Carnes, Avicasal, Germen, Poveira, Queijo Saloio) através de tecnologias que serão integradas num protótipo a desenvolver pela empresa Vallinox e alinhadas com as tecnologias já implementadas pela Savinor.
Os processos desenvolvidos conducentes à obtenção de produtos de valor acrescentado serão, no caso dos produtos com aplicação na alimentação humana, avaliados em protótipos pela Primor, Poveira e Germen e na alimentação animal, pela Sorgal. Para completar o consórcio, associam-se duas instituições de SCT que apoiarão a otimização de extração, obtenção de frações de elevado valor, demonstração de potencial in vitro e aplicação em formulações alimentares (Universidade do Minho – Departamento de Engenharia Biológica e Universidade Católica Portuguesa – Escola Superior de Biotecnologia), uma instituição que apoiará a validação clínica do potencial dos ingredientes na alimentação humana (Faculdade de Medicina da Universidade do Porto - CINTESIS) e uma que apoiará a validação na alimentação animal (ICBAS - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar). Como produtos finais, espera-se um conjunto de ingredientes de valor diferenciado e validado para alimentação humana e animal, protótipos de alimentos e rações incorporando os ingredientes mais promissores e uma unidade de demonstração piloto incorporando os processos de valorização integrada e aplicada aos vários subprodutos.
Apoio
O projeto VALORINTEGRADOR é apoiado pelo COMPETE – Programa Operacional Fatores de Competitividade no âmbito do Sistema de Incentivos ao I&DT na vertente de co-promoção com um Investimento elegível de € 980.835, correspondendo a um incentivo FEDER de € 608.031, estando prevista a sua conclusão em 30.06.2015.
Objetivos do projeto
O VALORINTEGRADOR assenta a sua abordagem de valorização de vários subprodutos de diferentes subsetores da indústria agroalimentar numa lógica integrada, que permitirá maximizar o seu aproveitamento e a sua transformação em ingredientes de valor acrescentado com aplicação rentabilizada na alimentação humana e animal, cosmética e biomédica. Ao maximizar o potencial de valorização dos subprodutos agroalimentares, este projeto terá uma contribuição decisiva para o aumento dos ganhos económicos do sector quer pelo aumento das receitas quer pela redução dos custos de tratamento dos subprodutos, contribuindo para a sustentabilidade do sector.
Outra característica inovadora do projeto é o desenvolvimento de novos produtos bioativos para a alimentação humana e animal e a validação da funcionalidade dos produtos obtidos incluindo a realização de ensaios clínicos na área da Nutrição e estudos em animais (aquacultura e ruminantes). Estes ensaios também serão aplicados a produtos bioativos desenvolvidos em projetos anteriores cuja produção, conjuntamente com a de novos produtos selecionados, será efetuada numa unidade piloto que constitui outro dos elementos inovadores do projeto.
A unidade piloto a construir será um instrumento único para validar os processos desenvolvidos e permitirá uma avaliação integrada dos diferentes tratamentos a aplicar aos subprodutos.
Finalmente, este projeto e os resultados obtidos poderão ser utilizados para dinamizar e alargar a outras empresas o desenvolvimento de processos integrados para a valorização dos subprodutos do sector agroalimentar. Espera-se que a disseminação dos resultados junto das empresas do sector através da PortugalFoods permita sensibilizá-las para a importância da valorização dos subprodutos e contribua decisivamente para o desenvolvimento, até 2020, de uma Europa de recursos eficientes.
Tarefas desenvolvidas no âmbito do projeto
Para o alcance destes objetivos foram sistematizadas tarefas desde o levantamento e caracterização dos subprodutos, dos vários promotores que integram este projeto, até ao desenvolvimento do sistema multifuncional integrado onde um processamento primários de separação e concentração dos subprodutos dá lugar a um processamento secundário de transformação e purificação desses mesmos subprodutos para a permissão do desenvolvimento e caraterização de formulações para alimentação animal e humana. Simulando o funcionamento do sistema integrado de valorização (em ambiente não real) pretende-se a construção de um protótipo para testar a aplicação e validação dos ingredientes/produtos na alimentação animal e humana (incluindo análise sensorial). A execução do plano de atividades proposto está a ser um desafio constante, dada a quantidade e diversidade de subprodutos, dos diferentes promotores, o que exige uma grande coordenação e uma forte capacidade logística.
Testemunho
Segundo Elisabete Matos, responsável pelo projeto e coordenadora IDI do Grupo SOJA DE PORTUGAL, este projeto só está a ser possível levar a cabo pelo apoio do COMPETE, dotando o consórcio de recursos e condições, permitindo a constituição de uma equipa multidisciplinar, integradora de valências técnico-científicas de entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e de empresas, com vista à execução das tarefas necessárias ao desenvolvimento do processo integrado de valorização dos subprodutos do sector agroalimentar.
